Aprendizagem e tecnologias móveis sem fio
Conexões, problematizações e possibilidades
DOI:
https://doi.org/10.15448/1981-2582.2021.1.32274Palavras-chave:
Aprendizagem móvel, Tecnologias móveis, SubjetividadeResumo
O objetivo deste artigo é discutir e problematizar a disseminação e o enaltecimento da aprendizagem móvel a partir dos conceitos ferramenta de prática discursiva e de subjetividade. Narrativas digitais produzidas por estudantes da Educação Básica e práticas discursivas mobilizadas pela UNESCO constituem a empiria da discussão tecida nesta problematização. As narrativas demonstraram que o uso feito por adolescentes das tecnologias digitais móveis sem fio (TMSF) como ferramenta para a aprendizagem restringe-se a utilitarismo, treinamento e reprodução. Alicerçada nos estudos foucaultianos, a analítica desenvolvida permite afirmar que a exacerbação da ideia de aprendizagem móvel cria condições de possibilidade para a produção de outros tipos de subjetividades, mais participativas e dispersas, ligadas à necessidade de conexão em rede. A este outro modo de subjetividade, denomina-se Homo œconomicus discentis accessibilis, um sujeito que, além de encarregar-se de empresariar a si mesmo, também assume a necessidade de manter-se disponível para acessar e ser acessado.
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