Imagem do México-Tenochtitlán colonial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-864X.2025.1.46930

Palavras-chave:

México, século XVI, cidades, Diálogos, Francisco Cervantes de Salazar.

Resumo

Das novidades reportadas pelos espanhóis durante as incursões na América, as cidades aparecem com considerável destaque nos mais variados registros produzidos ao longo do século XVI. Seguindo um padrão narrativo, a totalidade das menções ressalta a admiração sentida por seus observadores tanto em razão da extensão e do número de habitantes de muitas vilas, equiparáveis ou até mesmo superiores às cidades europeias, quanto pela forma e organização dos edifícios erguidos em meio ao cenário natural. No caso das zonas localizadas no México Central, ganhou maior espaço nesses registros a cidade de México-Tenochtitlán, centro da Confederação Mexica conquistada e reformulada por Hernán Cortés a partir de 1521, após a vitória sobre Montezuma. A imagem dessa cidade remodelada para se converter na capital da Nova Espanha aparece nos dois Diálogos elaborados por Francisco Cervantes de Salazar, em 1554, intitulados Interior de la ciudad de México e Alrededores de México, em que três personagens – Zamora, Zuazo e Alfaro – passeiam pela vila e seus arredores descrevendo o que seus olhos lhes revelavam. Acompanhar esse passeio mapeando as percepções deixadas por esse autor nas páginas desses diálogos é um dos objetivos do presente artigo. Ao trilhar as imagens traduzidas por Cervantes de Salazar na interação construída entre as três figuras centrais – dois habitantes da cidade e um forasteiro –, o objetivo é saber qual imagem da cidade de México-Tenochtitlán aparece construída em seus primeiros contornos, isto é, quando se torna o centro da colônia espanhola desse período entre traços mexicas e ibéricos.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Emília Granduque José, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), Assis, São Paulo, Brasil.

Doutora em História Cultural pela UNICAMP com período sanduíche na Universidade de Salamanca – Espanha. Possui pós-doutorado em História Moderna pela EHESS-Paris (2017), pós-doutorado em Cultura Ibero-Americana pela UNESP campus de Franca, com bolsa FAPESP (2018-2022), pós-doutorado em História da América Colonial, com ênfase em historiografia, pela ENS-Paris, com bolsa Bepe FAPESP (2018-2019), e pós-doutorado em Letras Hispânicas pela Université de Fribourg-Suíça, com bolsa Bepe FAPESP (2022). Atualmente é pós-doutoranda em Letras Modernas pela UNESP campus de Assis, com bolsa Pró-Reitoria/Capes. É autores de livros, capítulos de livros e artigos que versam sobre crônicas de Índias, escrita da história, tratados de história, manuais de História e gêneros prescritivos e teóricos produzidos na Espanha e em suas extensões americanas nos séculos XVI e XVII. Atualmente é membro: do auxílio “jovem pesquisador O ensino da fé cristã na Península Ibérica (sécs. XIV, XV e XVI)”, financiado pela FAPESP; do auxílio “Instrução e conversão no mundo dos exempla ibéricos: pilares da moral cristã”, financiado por um acordo bilateral entre a FAPESP e a SNSF Suíça; do “Grupo Circuitos Transoceânicos: o lugar das Américas no trânsito de ideias, bens e indivíduos, da Primeira Modernidade às Independências”, financiado pelo Universal CNPq.

Referências

ADORNO, Rolena. Introdução. In: LEONARD, Irving. Los libros del conquistador. México: Fondo de Cultura Económica, 2006.

AGUILERA ROJAS, Javier. Fundación de ciudades Hispanoamericas. Madrid: Editorial Mapfre, 1994.

ARANDA RUIZ, Alejandro. El outro cuerpo de la ciudad. Uso y función del escudo de armas de la Ciudad de México desde la perspectiva de su cabildo secular (1523-1629). Anales del Instituto de Investigaciones Estéticas, México, v. 44, p. 39-80, 2022. DOI: https://doi.org/10.22201/iie.18703062e.2022.120.2771

BERNABÉU, Salvador; VARELA, Consuelo (org.). La ciudad americana: mitos, espacios y control social. Aranjuez: Ediciones Doce Calles, 2011.

BLANCO, Mercedes. Avant-propos. In: BÉNAT-TACHOT, Louise; BLANCO, Mercedes; GUILLAUME-ALONSO, Araceli; THIEULIN-PARDO, Hélène (dir.). L’invention de la ville dans le monde hispanique (IX-XVIIIe siècle). Paris: Éditions Hispaniques, 2019.

CACHO CASAL, Rodrigo. La ciudad invisible: Tenochtitlan en “El pelegrino indiano” de Saavedra Guzmán. In: BÉNAT-TACHOT, Louise; BLANCO, Mercedes; GUILLAUME-ALONSO, Araceli; THIEULIN-PARDO, Hélène (dir.). L’invention de la ville dans le monde hispanique (IX-XVIIIe siècle). Paris: Éditions Hispaniques, 2019.

CENTURIÃO, Luis Ricardo Michaelson. A cidade na América espanhola aos tempos da conquista e colonização. Biblos, Porto Alegre, v. 10, p. 127-135, 2007.

CORREAL AVILÁN, Natalia. La plaza hispano-americana. Siglos XVI, XVII y XVIII. Caso de estudio como análisis tipológico. Revistarquis, Costa Rica, v. 2, p. 1-15, 2017. DOI: https://doi.org/10.15517/ra.v6i2.30533

DOMINGUEZ DOMINGUEZ, Cittlali. Veracruz, ciudad plural. Circulaciones imperiales de negros libres en el Atlántico ibérico, siglos XVI y XVII. In: BÉNAT-TACHOT, Louise; BLANCO, Mercedes; GUILLAUME-ALONSO, Araceli; THIEULIN-PARDO, Hélène (dir.). L’invention de la ville dans le monde hispanique (IX-XVIIIe siècle). Paris: Éditions Hispaniques, 2019.

GARCIA, Elisa Frühauf. Os índios e as reformas bourbonicas: entre o “despotismo” e o consenso. In: AZEVEDO, Cecília; RAMINELLI, Ronald. História das Américas: novas perspectivas. Rio de Janeiro: FGV, 2011.

GRUZINSKI, Serge. As quatro partes do mundo. História de uma mundialização. Tradução de Cleonica Paes Barreto Mourão e Consuleo Fortes Santiago. Belo Horizonte: UFMG; São Paulo: Edusp, 2014.

GRUZINSKI, Serge. La ciudad de México: una historia. México: Fondo de Cultura Económica, 2004.

HADOY, Jorge. La forma de las ciudades en Hispanoamerica. Psicón, São Paulo, n. 5, pp. 1-17, 1975.

JACQUELARD, Clotilde. Manille au XVIIe siècle: le défi de la “conservación”. In: BÉNAT-TACHOT, Louise; BLANCO, Mercedes; GUILLAUME-ALONSO, Araceli; THIEULIN-PARDO, Hélène (dir.). L’invention de la ville dans le monde hispanique (IX-XVIIIe siècle). Paris: Éditions Hispaniques, 2019.

KAGAN, Richard. Policía y la plaza. Utopía y distopia en la ciudad colonial. Tempus: revista en historia general, Antioquia, n. 4, p. 111-136, 2016.

LEONARD, Irving. Los libros del conquistador. México: Fondo de Cultura Económica, 2006.

MARTÍNEZ BARACS, Rodrigo Martínez. Fuentes sobre la primitiva ermita del Tepeyac. In: BIEÑKO DE PERALTA, Doris; BRAVO RUBIO, Berenise. De sendas, brejas y atajos. Contexto y crítica de las fuentes eclesiásticas, siglos XVI-XVIII. México: Escuela Nacional de Antropologia e Historia, 2008.

O’GORMAN, Edmundo. Reflexiones sobre la distribución urbana colonial de la Ciudad de México. In: CONGRESO INTERNACIONAL DE PLANIFICACIÓN Y DE LA HABITACIÓN, 16. Contribución [...]. México DF, 1938.

PEÑA, Margarita. Ciudad mítica, ciudad utópica, México en los Diálogos México 1554 de Francisco Cervantes de Salazar. In: BARAIBAR, Álvaro; VINATEA RECOBA, Martina (org.). Viajes y ciudades míticas. Pamplona: Servicio de Publicaciones de la Universidad de Navarra, 2015.

REIS, Anderson Roberti dos. Um humanista decifra o México: os diálogos latinos de 1554 de Francisco Cervantes de Salazar. In: TEODORO, Leandro Alves; TACCONI, Ana Paula (org.). A formação de reinos virtuosos: século XII ao XVIII. Florianópolis: UFSC, 2023.

RICARD, Robert. La conquista espiritual de México. México: Fondo de Cultura Económica, 2013.

SANCHIS AMAT, Victor Manuel. Francisco Cervantes de Salazar, um humanista entre dos mundos: apuntes bibliográficos. Revista de Ciencias de la Comunicación e Información, Madrid, v. 20, p. 9-27, 2015. DOI: https://doi.org/10.35742/revistacccomunicacioneinformacion.2015.20.9-27

WECKMANN, Luis. La herencia medieval de México. México: Fondo de Cultura Económica, 1994.

Downloads

Publicado

2025-09-15

Como Citar

Granduque José, M. E. (2025). Imagem do México-Tenochtitlán colonial. Estudos Ibero-Americanos, 51(1), e46930. https://doi.org/10.15448/1980-864X.2025.1.46930