O amálgama ator-personagem: da mímesis transparente à atuação experimental
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2019.1.30037Palavras-chave:
Estudos atorais. História e estética do cinema. Cinema experimental.Resumo
a relação ator-personagem é um dos pilares da prática atoral. Nosso objetivo é pensar relações entre essas instâncias enunciativas que extrapolem uma relação de simbiose, em que a primeira tenta se transformar na segunda, modelo clássico de atuação no teatro e no cinema. Propomos investigar estratégias de encenação onde ator e personagem são unidos pela ideia do amálgama total, por se unirem por uma condição física ou psicológica comum determinante. Para tal, utilizamos a metodologia dos estudos atorais, buscando desenvolver uma análise estética sobre processos e produtos de atuação (gestos, postura corporal) em filmes nos quais atores-personagens são acometidos por algum tipo de condição especial (nanismo, malformação congênita, síndrome de Down, surdez ou deficiência intelectual) o que faz com que haja interdependência essencial entre representação e referente. Tais procedimentos divergem da ideia tradicional de acoplamento ou de imitação, característica da mímesis transparente. A hipótese que se defende é que o amálgama total ator-personagem é um procedimento, experimental, poucas vezes atingido no cinema de vertente comercial, como podem atestar os poucos exemplos de filmes aqui citados.
Downloads
Referências
AMIEL, Vincent. Le corps au cinema: Keaton, Bresson, Cassavetes. Paris: Presses Universitaires de France, 1998.
AUMONT, Jacques. Du visage au cinema. Paris: Editions de l’Etoile/Cahiers du Cinéma, 1992.
BARTHES, Roland. Rhétorique de l’image. In: Communications 4, 1964. p. 40-51. Recherches sémiologiques.
https://doi.org/10.3406/comm.1964.1027
BERGALA, Alain. L’invention de l’acteur moderne. 2005.
Disponível em: https://www.cineclubdecaen.com/evenement/exception04.htm. Acesso em: 31 jan. 2018.
BORDWELL , David. Figuras traçadas na luz. A encenação no cinema. Campinas: Papirus, 2008.
BOURGET, Jean-Loup. Hollywood, la norme et la marge. Paris: Armand Collin, 2005.
BRENEZ, Nicole. De la figura en général e du corps en particulier – L’invention figurative au cinema. Louvain-la-Neuve: De Boeck, 1998.
https://doi.org/10.3917/dbu.brene.1998.01
DAMOUR, Christophe (org.). Jeu d’acteurs – Corps et gestes au cinema. Strasbourg: Universitaires de Strassbourg, 2016. Col. Formes Cinématographiques.
https://doi.org/10.4000/books.pus.6120
DE ESO no se habla. Direção: Maria Luisa Bemberg. Produção: Óscar Kramer; Roberto Cicutto. Intérpretes: Marcello Mastroianni, Luisina Brando, Alejandra Podestá, Betiana Blum, Roberto Carnaghi. Música: Nicola Piovani. Argentina: 1993. 1 fita de vídeo (106 min), VHS, son., color.
DYER, Richard. Stars. London: British Film Institute, 1998.
FARCY, Gérard-Denis; PRÉDAL, René (org.). Brûler les planches, Crever l’écran – La présence de l’acteur. Saint-Jean-de-Védas: L’Entretemps Éditions, 2001.
FILHOS do Silêncio (Children of a lesser God). Direção: Randa Raines. Produção: Candace Koethe e Burt Sugarman. Intérpretes: William Hurt, Marlee Matlin, Piper Laurie, Philip Bosco, Allison Gompf, John F. Cleary. Música: Michael Convertino. EUA: 1986. (119 min), son., color.
GALARD, Jean. A beleza do gesto: Uma estética das condutas. São Paulo: EDIUSP, 2008. Col. Críticas Poéticas, 7.
MIXON, Don. A theory of actors. Journal for the Theory of Social Behaviour, London, v. 1, n. 13, p. 97–110, 1983.
https://doi.org/10.1111/j.1468-5914.1983.tb00465.x
MONSTROS (Freaks). Direção e Produção: Tod Browning. Intérpretes: Wallace Ford, Leila Hyams, Olga Baclanova, Roscoe Ates, Henry Victor, Harry Earles, Daisy Earles, Rose Dione. EUA: 1932. 64 min., son., p&b.
NACACHE, Jacqueline. O ator de cinema. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2012.
NAREMORE, James. Acting in the cinema. Berkley: University of California Press, 1988.
NAREMORE, James. Film Acting and the Arts of Imitation. Film Quarterly, Oakland, v. 65, n. 4, p. 34-42, 2012.
Disponível em: http://www.jstor.org/stable/10.1525/fq.2012.65.4.34 . Acesso em: 13 ago. 2016.
https://doi.org/10.1525/FQ.2012.65.4.34
O OITAVO dia (Le huitième jour). Direção: Jacob Van Dormael. Produção: Philippe Godeau. Intérpretes: Daniel Auteuil, Pascal Duquenne, Miou-Miou, Henri Garcin, Isabelle Sadoyan, Michele Maes, Fabienne Loriaux. Música: Pierre Van Dormael. França: Philippe Godeau, 1996. (118 min), son., color.
PAVIS, Patrice. A análise dos espetáculos. São Paulo: Perspectiva, 2011. Col. Estudos.
PAVIS, Patrice. Le personnage romanesque, théâtral, filmique. In: PAVIS, Patrice. Vers une théorie de la pratique théâtrale, Voix et images de la scène. Lille: Presses Universitaires du Septentrion, 2000.
ROUBINE, Jean-Jacques. A arte do ator. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.
SCHRÖPFER, Denise. Peut-on enseigner la présence?: La leçon de Yoshi Oida. In: FARCY, Gérard-Denis; PRÉDAL, René (dir.). Brûler les planches, Crever l’écran – La presence de l’acteur. Saint-Jean-de- Védas: L’Entretemps Éditions, 2001.
TEMPO de embebedar cavalos (Zamani barayé masti asbha). Direção e Produção: Bahman Ghobadi. Intérpretes: Ayoub Ahmadi, Rojin Younessi, Amaneh Ekhtiar-Dini, Madi Ekhtiar-Dini. Música: Hossein Alizadeh. Irã: Bahman Ghobadi, 2000. (100 min), son., color.
THOMPSON, Kristin. Breaking the glass armor – Neoformalist film analysis. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1988.
WILL IAMS, Bruce. Dwarfing difference: Deformity at the threshold of the visible in Bemberg’s I don’t want to talk about it. Canadian Journal of Film Studies/ Revue Canadienne D’Études Cinématographiques, Ottawa, v. 8, n. 2, p. 44-55, 1999.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Revista FAMECOS

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Derechos de Autor
La sumisión de originales para la Revista Famecos implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a Revista Famecos como el medio de la publicación original.
Creative Commons License
Excepto donde especificado de modo diferente, se aplican a la materia publicada en este periódico los términos de una licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional, que permite el uso irrestricto, la distribución y la reproducción en cualquier medio siempre y cuando la publicación original sea correctamente citada.