Representações fílmicas de uma instituição policial violenta: resquícios da ditadura militar em Tropa de Elite
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2010.2.7542Palavras-chave:
Instituições policiais, Ditadura militar, representaçõesResumo
O propósito deste artigo é investigar como representações fílmicas da violência e da opressão simbólica evidenciam as tensões que se estabelecem no confronto entre traficantes e policiais em ações de combate ao crime nas favelas brasileiras. Analisaremos trechos de um filme recente, Tropa de Elite (2007), no qual métodos de tortura são usados – tanto por policiais quanto pelos traficantes - para obtenção de confissões e execuções por vingança. Argumentamos que a brutalidade que rege as relações entre policiais, traficantes e moradores de favelas reafirma a naturalização de padrões simbólicos que representam resquícios das estratégias opressoras empregadas na época da Ditadura Militar. A violação dos direitos humanos revela que apesar de existirem diferentes organizações policiais no Brasil, a questão de como os policiais lidam com os cidadãos pobres e marginalizados traz à tona uma característica comum a todas elas: o abuso do poder e do uso da agressão física como forma de eleminiar um “inimigo”. Metodologicamente, nossa análise está baseada na “crítica diagnóstica da cultura”, tal como elaborada por Kellner (2001), enfatizando duas de suas dimensões: i) o horizonte social do filme; e ii) seu campo discursivo (análise da mensagem e de outros recursos visuais e expressivos).Downloads
Referências
BARROS, Jorge. Antonio. A história do homem que criou o BOPE e hoje prega a paz. O Globo, 20 out. 2007.
BALESTRERI Ricardo. B. Direitos Humanos: Coisa de Polícia. Passo Fundo: Paster, 1998.
HENRIQUES, Márcio. S. Polícia que conversa: reciprocidade, publicidade e accountability na implantação da filosofia de polícia comunitária, Revista Famecos, Porto Alegre, v. 36, p. 40-47, 2008.
HONNETH, Axel. Recognition or redistribution? Changing perspectives on the moral order of society, Theory, Culture & Society, Nottingham, v.18, n. 2-3, p. 43-55, 2001.
KELLNER, Douglas. A Cultura da Mídia. São Paulo: Edusc, 2001.
NEME, Cristina & CUBAS, Viviane. Elite da Tropa. Estudos Avançado,. São Paulo, v. 20, n. 58, p. 323-328, 2006.
PRYSTHON, Ângela. F. Os conceitos de subalternidade e periferia nos estudos do cinema brasileiro. In: CAPARELLI, Sérgio; SODRÉ, Muniz; SQUIRRA, Sebastião (Org.). A comunicação revisitada. Porto Alegre: Sulina, 2005.
REIS, Carlos; LOPES, Ana Cristina. Dicionário de Teoria Narrativa. São Paulo: Ática, 1988.
RONDELLI, Elizabeth. Mídia e Violência: ação testemunhal, práticas discursivas, sentidos sociais e alteridade. Comunicação & Política, Rio de Janeiro, v. IV, n. 3, p. 141-160, 1997.
ROSSINI, Miriam. Favelas e favelados: a representação da marginalidade urbana no cinema brasileiro, Revista Famecos, Porto Alegre, n. 10, p. 29-34, nov. 2003.
SANTOS, José. Vicente. Tavares. A arma e a flor: formação da organização policial, consenso e violência. Tempo Social, Rev. Sociol. USP, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 155-167, mai. 1997.
SAPORI, Luis. Flávio.; SOUZA, Barnabé Silas. Violência policial e cultura militar: aspectos teóricos e empíricos. Teoria & Sociedade, Belo Horizonte, n. 7, p. 173-214, 2001.
SOUSA, Ana. Paula. Herói Torturador. Revista Carta Capital, n. 465, 10 out. 2007.
SOUZA, Elenice. Organização policial e os desafios da democracia, Teoria & Sociedade, Belo Horizonte, n. 7, p.151-172, 2001.
VANOYE, Francis; GOLIOT-LÉTÉ, Anne. Ensaio sobre a análise fílmica. 4. ed. Campinas: Papirus, 2006.
Downloads
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Derechos de Autor
La sumisión de originales para la Revista Famecos implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a Revista Famecos como el medio de la publicación original.
Creative Commons License
Excepto donde especificado de modo diferente, se aplican a la materia publicada en este periódico los términos de una licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional, que permite el uso irrestricto, la distribución y la reproducción en cualquier medio siempre y cuando la publicación original sea correctamente citada.