Políticas do sofrimento e as narrativas de catástrofes naturais
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2011.1.8808Palavras-chave:
Catástrofes, vítima virtual, mídiaResumo
Este artigo elabora o conceito de vítima virtual, proposto como uma característica da subjetividade contemporânea. A vítima virtual emerge a cada vez em que indivíduos, diante dos meios de comunicação, apreendem a possibilidade de irrupção súbita de sofrimento em suas rotinas prazerosas. Na sua especificidade histórica, a vítima virtual provoca três transformações maiores na política da piedade, a forma moderna da política como reconhecimento do sofrimento do outro: 1) da desigualdade à rotina segura e prazerosa como lugar de se pensar o justo; 2) da piedade por uma “massa de miseráveis” à compaixão à distância por indivíduos; 3) da denúncia do Estado por perpetuar a desigualdade à indignação pela incompetência e imoralidade dos “políticos”. Para apresentá-las empiricamente, partimos das narrativas sobre a catástrofe recente em Angra dos Reis e analisamos suas diferenças com as narrativas de outras catástrofes naturais desde a década de 70 do século passado.Downloads
Referências
ARENDT, Hannah. On revolution. Londres: Penguin Books, 1965.
BOLTANSKI, Luc. Distant suffering: morality, media and politics. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
BRESLAU, N.; KESSLER, R. C. The stressor criterion. DSM–IV post-traumatic stress disorder: An empirical investigation. Biological Psychiatry, v. 50, p. 699-704, 2001.
FASSIN, Didier. La souffrance du monde. Considérations Anthropologiques sur les Politiques Contemporaines de la Compassion. Évolution Psichyatrique, v. 67, p. 676-89, 2002.
______. La raison humanitaire. Paris: Seuil/Gallimard, 2010.
FASSIN, Didier; RECHTMAN, Richard. The empire of trauma. Princeton. Princeton University Press, 2009.
Foucault, Michel. L’archéologie du savoir. Paris: Gallimard, 1969.
FUREDI, Frank. Therapeutic culture: cultivating vulnerability in an uncertain age. Londres: Routledge, 2003.
GAUCHET, Marcel. A democracia contra ela mesma. São Paulo: Radical Livros, 2010.
JACOBS, James J.; POTTER, Kimberly. Hate crimes: criminal law & identity politics. Oxford: Oxford University Press, 1998.
KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2006.
Rosanvallon, P. Le contre-démocratie: la politique a l’âge de la défiance. Paris: Éditions du Seuil, 2006.
SIMON, Jonathan. Governing through crime. Oxford: Oxford University Press, 2007.
SOARES, Glaucio Ary Dillon; MIRANDA, Dayse; BORGES, Dorian. As vítimas ocultas da violência na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
VILAIN, Jean; LEMIEUX, Cyril. La mobilisation des victimes d’accidents collectives. Politix, v. 11, n. 44, p. 135-60, 1998.
WIEVIORKA, Anette. L’ére du témoin. Paris: Hachette, 1998.
WIEVIORKA, Michel. L’emergence des victimes. Sphera publica, v. 03, 2003.
Downloads
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Derechos de Autor
La sumisión de originales para la Revista Famecos implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a Revista Famecos como el medio de la publicación original.
Creative Commons License
Excepto donde especificado de modo diferente, se aplican a la materia publicada en este periódico los términos de una licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional, que permite el uso irrestricto, la distribución y la reproducción en cualquier medio siempre y cuando la publicación original sea correctamente citada.