Interação Mãe-Criança e Desenvolvimento da Linguagem: A Influência da Depressão Pós-Parto

Autores

  • Beatriz Servilha Universidade de São Paulo
  • Vera Silvia Raad Bussab Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-8623.2015.1.17119

Palavras-chave:

Depressão pós-parto, Desenvolvimento da linguagem, Relações mãe-filho.

Resumo

O objetivo desta pesquisa foi verificar a influência da depressão pós-parto e do contexto afetivo de criação no desenvolvimento da linguagem de crianças de 36 meses. Foram analisadas 80 díades mães-crianças atendidas pelo sistema público de saúde: dentre as mães, 30 apresentaram indicativos de DPP. Avaliou-se o aspecto pragmático do desenvolvimento de linguagem, em filmagens de quinze minutos de brincadeira livre com a mãe, em função de informações colhidas desde o nascimento. O resultado do teste foi analisado quanto aos atos e meios comunicativos realizados durante a interação. A partir da análise dos dados, observou-se que, embora a maior parte das crianças apresentou um desempenho abaixo do esperado para a idade, as crianças do grupo controle verbalizaram mais para se comunicar que aquelas do grupo com DPP, que usaram mais gestos durante a interação. Concluiu-se que os aspectos relacionados ao s fatores da DPP influenciaram, de forma direta na interação diádica e no desenvolvimento da linguagem infantil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Andrade, C. R. F, Befi-Lopes, D. M., Fernandes, F. D. M., & Wertner, H. F. (2000). ABFW – Teste de linguagem infantil nas áreas de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática. Barueri: Pró-Fono.

Araújo, B. B. M. (2007). Vivenciando a internação do filho prematuro na UTIN: (re)conhecendo as perspectivas maternas diante das demandas neonatais. Dissertação de Mestrado, Universidade do Rio de Janeiro.

Arteche, A., Joormann, J., Harvey, A., Craske, M., Gotlib, I. H., Lehtonen, A., Counsell, N., & Stein, A. (2011). The effects of postnatal maternal expression and anxiety on the processing of infant faces. Journal of affective disorders, 133, 197-203. http://dx.doi.org/10.1016/j.jad.2011.04.015

Colaço,V. F. R. (2004). Processos interacionais e a construção de conhecimento e subjetividade de crianças. Psicologia: Reflexão e Crítica, 17(3), 333-340. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722004000300006

Cruz E. B. S., Simões G. L., & Faisal-Cury, A. (2005). Rastreamento da depressão pós-parto em mulheres atendidas pelo Programa de Saúde da Família. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 27, 181-188. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-72032005000400004

Da Silva V. A., Moraes-Santos A. R., Carvalho M. S., Martins M. L., & Teixeira N. A. (1998). Prenatal and postnatal depression among low income Brazilian women. Brazilian Journal of Medical Biology Research, 31, 799-804. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-879X1998000600012

Darcy, J. M., Grzywacs, J. G., Stephens, R. L., Leng, I., Clinch, R., & Arcury, T. A. (2011). Maternal depressive symptomatology: 16-month follow-up of infant and maternal health-related quality of life. Journal of the American Board of Family Medicine, 24(3), 249-257. http://dx.doi.org/10.3122/jabfm.2011.03.100201

Fonseca, V. R. J. R. M., Silva, G. A., & Otta, E. (2010). Relação entre depressão pós-parto e disponibilidade emocional materna. Caderno de Saúde Pública, 26(4),738-746. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2010000400016

Halliday, M. K. (1975). Learn how to mean. Londres: Edward Arnold.

Kersten-Alvarez, L. E., Hosman, C. M., Riksen-Walraven, J. M., Van Doesum, K. T., Smeekens, S., & Hoefnagels, C. (2012). Early school outcomes for children of postpartum depressed mothers: comparison with a community sample. Child Psychiatry Human Development, 43, 201-218. http://dx.doi.org/10.1007/s10578-011-0257-y

Konradt C. E., Silva, R. A., Jausen, K., Vianna, D. M., Quevedo, L. A., Souza, L. D. M., Oses, J. P., & Pinheiro, R. T. (2011). Depressão pós-parto e percepção de suporte social durante a gestação. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 33(2), 76-79. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-81082011005000010

Lopes, E. R., Jansen, K., Quevedo, L. A., Vanila, R. G., Silva, R. A., & Pinheiro, R. T. (2010). Depressão pós-parto e alterações de sono aos 12 meses em bebês nascidos na zona urbana da cidade de Pelotas/RS. Jornal brasileiro de Psiquiatria, 59(21), 88-93. http://dx.doi.org/10.1590/S0047-20852010000200002

Lucci, T., Morais, M. L. S. (2010). Relações entre depressão materna e desenvolvimento neuropsicomotor de bebês aos quatro, oito e 12 meses de vida. Resumos XII Congresso Brasileiro de Psicologia do Desenvolvimento, Brasília.

Motta, M. G., Lucion, A. B., & Manfro, G. G. (2005). Efeitos da depressão materna no desenvolvimento neurobiológico e psicológico da criança. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 27(2). http://dx.doi.org/10.1590/S0101-81082005000200007

Murray, L., Halligan, S. L., & Cooper, P. J. (2010). Effects of postnatal depression on mother-infant interactions and child development. Wiley: Blackwell. pp. 102-220. http://dx.doi.org/10.1002/9781444327588.ch8

Murray, L., Arteche, A., Fearon, P., Halligan, S., Croudace, T., & Cooper, P. (2010). The effects of maternal postnatal depression and child sex on academic performance at age 16 years: a developmental approach. Journal of child Psychology and Psychiatry. 51(10), 1150-1159. http://dx.doi.org/10.1111/j.1469-7610.2010.02259.x

Nogueira, S. E. (2009). A comunicação pré-verbal. In M. L. Seidl-de-Moura, D. M. L. F. Mendes, & L. F. Pessôa. Interação social e desenvolvimento (pp. 101-115). Rio de Janeiro: Editora CRV.

Pessôa, L.F.(2009). A fala materna e o desenvolvimento da linguagem inicial. In M. L. Seidl-de-Moura, D. M. L. F. Mendes, & L. F. Pessôa. Interação social e desenvolvimento (pp. 117-129). Rio de Janeiro: Editora CRV.

Seidl-de-Moura, M. L. & Ribas, A. F. P. (2004). Evidência sobre características de bebês recém-nascidos: um convite a reflexões teóricas. In M. L. Seidl-de-Moura. O bebê do século XXI e a psicologia em desenvolvimento (pp. 21-60). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Seidl-de-Moura, M. L. (2009). Interações sociais e desenvolvimento. In M. L. Seidl-de-Moura, D. M. L. F. Mendes, & L. F. Pessôa. Interação social e desenvolvimento (pp. 20-36). Rio de Janeiro: Editora CRV.

Schmid, B., Blomeyer, D., Buchmann, A. F., Trautmann-Villalba, P., Zimmermann, U.S., Schmidt, M. H., Esser, G., Banaschewski, T., &

Laucht, M. (2011). Quality of early mother-child interaction associated with depressive psychopathology in the offspring: A prospective study from infancy to adulthood. Journal of Psychiatric Research, 45, 1387-1394. http://dx.doi.org/10.1016/j.jpsychires.2011.05.010

Schwengber, D. D. S. & Piccinini, C. A. (2003). O impacto da depressão pós-parto para a interação mãe-bebê. Estudos de Psicologia, 8(3), 403-411. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2003000300007

Schwengber, D. D. S. & Piccinini, C. A. (2005). A experiência da maternidade no contexto da depressão materna no final do primeiro ano de vida do bebê. Estudos de Psicologia, 22(2), 143-156. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2005000200004

Silva, G. A. (2008). Estudo longitudinal sobre prevalência e fatores de risco para depressão pós-parto em mães de baixa renda. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo.

Skafuzka E. (2000). Prevalência da depressão pós-parto e fatores associados em mães que deram à luz em um Hospital Universitário do Município de S. Paulo.Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo.

Taylor, N., Donovan, W., Miles, S., & Leavitt, L. (2009). Maternal control strategies, maternal language usage and children´s language usage at two years. Journal of child language, 36(2), 381-404. http://dx.doi.org/10.1017/S0305000908008969

Thomaz, A. C. P., Lima, M. R. T., Tavares, C. H. F., & Oliveira, C. G. (2005). Relações afetivas entre mães e recém-nascidos a termo e pré-termo: variáveis sociais e perinatais. Estudos de Psicologia, 10(1), 139-146. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2005000100016

Vieira, M. L. & Prado, A. B. (2004). Abordagem evolucionista sobre a relação entre filogênese e ontogênese no desenvolvimento infantil. In M. L. Seidl-de-Moura. O bebê do século XXI e a psicologia em desenvolvimento (pp. 155-204). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Yamamoto, M.E.; Lopes, F.A. (2004). Dize-me o que falas e te direi o que comes: aquisição da linguagem e composição da dieta em crianças. In M. L. Seidl-de-Moura. O bebê do século XXI e a psicologia em desenvolvimento (pp. 205-228).

São Paulo: Casa do Psicólogo.

Zorzi, J. L. & Hage, S. R. (2004). PROC: Protocolo de Observação Comportamental: avaliação de linguagem e aspectos cognitivos infantis. São José dos Campos: Pulso Editorial.

Downloads

Publicado

2015-03-17

Como Citar

Servilha, B., & Bussab, V. S. R. (2015). Interação Mãe-Criança e Desenvolvimento da Linguagem: A Influência da Depressão Pós-Parto. Psico, 46(1), 101–109. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2015.1.17119

Edição

Seção

Artigos