“Lar Doce Lar”: Apego ao Lugar em Área de Risco diante de Desastres Naturais
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-8623.2015.2.17484Palavras-chave:
Psicologia Ambiental, Apego ao lugar, Casa, Área de Risco, Desastres NaturaisResumo
O objetivo dessa pesquisa foi compreender as características do apego à moradia localizada em área de risco. A natureza do trabalho foi qualitativa com abordagem multimétodos, por meio do Walk-around-the-block e entrevista semiestruturada com 18 pessoas residentes em área avaliada pela Defesa Civil como de risco muito alto para inundações e deslizamentos. As falas foram analisadas por meio da Grounded Theory onde estabeleceu-se categorias de análise. Evidenciou-se que o processo funcional e o simbólico do apego ao lugar contribuíram para a manutenção deste fenômeno e para a permanência na casa. Em contrapartida, a ocorrência do desastre natural e os decorrentes sentimentos de insegurança e medo juntamente com as características físicas da moradia influenciaram no apego e no cuidado do ambiente de modo que houve uma ambivalência de sentimentos entre os participantes, repercutindo no anseio entre o partir e o permanecer na casa.
Downloads
Referências
Alves, R. B., Lacerda, M. A. de C., & Legal, E. J. (2012). A atuação do psicólogo diante dos desastres naturais: uma revisão. Psicologia em Estudo, 17(2), 307-315. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-73722012000200014
Baker, S. E. & Edwards, R. (2012). How many qualitative interviews is enough? Southampton: National Centre for Research Methods.
Carroll, B. Morbey, H. Balogh, R., & Araoz, G. (2009). Flooded homes, broken bonds, the meaning of home, psychological processes and their impact on psychological health in a disaster. Health & Place, 15, 540-547. http://dx.doi.org/10.1016/j.healthplace.2008.08.009
Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Universidade Federal de Santa Catarina. (2010). Gestão de Riscos e de Desastres: Contribuições da Psicologia. Florianópolis: CEPED.
Defesa Civil. (2013). Mapa de Indícios de Risco Geológico-Geotécnico Vila da Paz. Fonte: http://defesacivil.itajai.sc.gov.br/c/mapas
Denzin, N. K. & Lincoln, Y. S. (2011). The sage handbook of qualitative research (4ª ed.). Thousand Oaks: Sage Publications.
Dias, M. (2012). As chuvas de novembro de 2008 em Santa Catarina: um estudo de caso visando à melhoria do monitoramento e da previsão de eventos extremos. Fonte: http://www.ciram.com.br/GTC/downloads/NotaTecnica_SC.pdf
Dovey, K. (1985). Home and homeless. In I. Altman & C. M. Werner (Eds.). Home environments (pp. 33-64). New York: Plenum Press. http://dx.doi.org/10.1007/978-1-4899-2266-3_2
Elali, G. A. & Medeiros, S. T. (2011). Apego ao lugar. In S. Cavalcante & G. Elali, Temas Básicos em Psicologia Ambiental. Petrópolis: Vozes.
Francis, J., Johnston, M., Robertson, C., Glidewell, L., Entwistle, V., Eccles, M. P., & Grimshaw, J. M. (2010). What is an adequate sample size? Operationalising data saturation for theory-based interview studies. Psychology & Health, 25(10), 1229-1245. http://dx.doi.org/10.1080/08870440903194015
Giuliani, M. V. (2003). Theory of attachment and place attachment. In M. Bonnes, T. Lee, & M. Bonaiuto, Psychological theories for environmental issues. Aldershot: Ashgate.
Giuliani, M. V. (2004). O lugar do apego nas relações pessoas-ambiente. In E. T. Tassara, E. P. Rabinovich, & M. C. Guedes, Psicologia e ambiente (pp. 89-106). São Paulo: Educ.
Giuliani, M. & Feldman, R. (1993). Place attachment in a developmental and cultural context. Jornal of Environmental Psychology, 13, 267-274. http://dx.doi.org/10.1016/S0272-4944(05)80179-3
Günther, H., Elali, G. A., & Pinheiro, J. Q. (2004). A abordagem multimétodos em Estudos Pessoa-Ambiente: características, definições e implicações. Série: Textos de Psicologia Ambiental, 23. Brasília, DF: UnB, Laboratório de Psicologia Ambiental.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2010). Censo demográfico: resultados preliminares-Itajaí. Acesso em: 01 jul. 2012, disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=420820>.
Martín, A., Hernández, B., & Ruiz, C. (2006). Influencia de las condiciones ambientales e nel apego y la identidad conel bairro. In R.
Martín, J. Berenger, & J. A. Corraliza, Medio Ambiente, Bienestar
Humano y Responsabilidad Ecológica. Espa-a: IX Congreso de Psicología Ambiental.
Moser, G. (1998). Psicologia Ambiental. Estudos de Psicologia, 3(1), 121-130. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X1998000100008
Nogueira, M. L. M. (2009). Subjetividade e Materialidade: cidade, espaço e trabalho. Fractal: Revista de Psicologia, 21(1), 69-86. http://dx.doi.org/10.1590/S1984-02922009000100006
Pisani, M. A. (2004). Inundações em áreas urbanas. Seminiário de Planejamento e Gestão Urbana: prevenindo desastres, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC) e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, São Paulo.
Rapoport, A. (1985). Thinking about home environments: a conceptual framework. In I. Altman & C. M. Werner, Home Environments. Advances in theory and research. New York: Plenum Press. http://dx.doi.org/10.1007/978-1-4899-2266-3_11
Saile, D. G. (1985). The Ritual Estabilishment of Home. In I. Altman & C. M. Werner, Home Environments. New York: Plenum Press. http://dx.doi.org/10.1007/978-1-4899-2266-3_4
Sampiere, R., Collado, C. F., & Lúcio, P. (2006). Metodologia de Pesquisa (3ª ed.). São Paulo: McGraw-Hil.
Santos, M. C. O. (2007). A representação social da moradia. Estudos e Pesquisas em Psicologia, UERJ, 7(2), 336-341.
Sapir, D. G., Hoyois, P., & Below, R. (2013). Annual Disaster Statistical Review 2012. Centre for Research on the Epidemiology of Disasters (CRED). Institute of Health and Society (IRSS).Université Catholique de Louvain – Brussels, Belgium.
Scannell, L. & Gifford, R. (2010). Defining place attachment: A tripartite organizing framework. Journal of Environmental Psychology, 30, 1-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.jenvp.2009.09.006
Strauss, A. & Corbin, J. (2008). Pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artemed.
Tuan, Y. (1983). Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. São Paulo: Difel.
Morgan, P. (2010). Towards a developmental theory of place attachment. Journal of Environmental Psychology, 30,
-22. http://dx.doi.org/10.1016/j.jenvp.2009.07.001
Williams, D. R. & Vaske, J. J. (2003). The measurement of place attachment: validity and generalizability of a psychometric approach. Forest Science, 49, 830-840.
Willox, A. C., Harper, S. L., Ford, J. D., Landman, K., Houle, K., & Edge, V. L. (2012). “From this place and of this place:” Climate change, sense of place, and health in Nunatsiavut, Canada. Social Science & Medicine, 75(3), 538-547.
http://dx.doi.org/10.1016/j.socscimed.2012.03.043
Wright, E. C. & Storr, V. H. (2009). There’s no place like new orleans: sense of place and community recovery in the ninth ward after hurricane Katrina. Journal of Urban Affairs, 31(5), 615-634. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-9906.2009.00479.x
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Psico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Psico como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.