Estilos parentais e desenvolvimento das funções executivas: estudo com crianças de 3 a 6 anos
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-8623.2016.3.22480Palavras-chave:
Relações familiares, Programas educacionais, Funções mentais, Crianças em idade pré-escolar, Neuropsicologia.Resumo
Este estudo analisou a relação entre estilo parental dos responsáveis e funções executivas em pré-escolares, pois pesquisas prévias sugerem que características do ambiente familiar podem influenciar o desenvolvimento dessas funções. Participaram 30 crianças, de 3 a 6 anos, e seus responsáveis. Estes responderam o Inventário de Estilos Parentais e as crianças, Teste de Stroop Semântico, Teste de Atenção por Cancelamento e Teste de Trilhas para pré-escolares. Correlações de magnitude baixa a moderada evidenciaram, de modo geral, que quanto mais apropriado o estilo parental dos pais, melhor o controle de interferência dos filhos. Também observou-se que, quanto maior a inconsistência na punição, maior o tempo de reação da criança na parte incongruente do Teste de Stroop e mais ela é afetada pela incongruência, porém, conforme a parte B do Teste de Trilhas, maior a sua flexibilidade. Portanto observaram-se relações entre estilo parental e funções executivas na amostra avaliada.
Downloads
Referências
Ardila, A. (2008). On the evolutionary origins of executive functions. Brain and Cognition, 68(1), 92-99. http://dx.doi.org/10.1016/j.bandc.2008.03.003
Ardila, A., Rosselli, M., Matute, E., & Guajardo, S. (2005). The influence of the parents educational level on the development of executive functions. Developmental Neuropsychology, Norwich, 28(1), 539-560. http://dx.doi.org/10.1207/s15326942dn2801_5
Baron, I. S. (2004). Neuropsychological evaluation of the child. New York: Oxford University Press.
Bernier, A., Carlson, S. M., Deschênes, M., & Matte-Gagné, C. (2012). Social factors in the development of early executive functioning: a closer look at the caregiving environment. Developmental Science, 15(1), 12-24. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-7687.2011.01093.x
Bernier, A., Whipple, N., & Carlson, S. M. (2010). From external regulation to self- regulation: early parenting precursors of young children’s executive functioning. Child Development, 81(1), 326-339. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-8624.2009.01397.x
Berwid, O. G., Curko Kera, E. A., Marks, D. J., Santra, A., Bender, H. A., & Halperin, J. M. (2005). Sustained attention and response inhibition in young children at risk for Attention Deficit/Hyperactivity Disorder. Journal of Child Psychology & Psychiatry, 46(11), 1219-1229. http://dx.doi.org/10.1111/j.1469-7610.2005.00417.x
Best, J. R. & Miller, P. H. (2010). A developmental perspective on executive function. Child Development, 81(6), 1641-1660. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-8624.2010.01499.x
Bibok, M. B., Carpendale, J. I. M., & Müller, U. (2009). Parental scaffolding and the development of executive function. In: Lewis, C. & Carpendale, J. I. M. (Eds.). Social interaction and the development of executive function. New Directions in Child and Adolescent Development, 123. http://dx.doi.org/10.1002/cd.233
Bindman, S. W., Hindman, A. H., Bowles, R. P., & Morrison, F. J. (2013). The contributions of parental management language to executive function in preschool children. Early Childhood Research Quarterly, 28(3), 529-539. http://dx.doi.org/10.1016/j.ecresq.2013.03.003
Brocki, K. C. & Bohlin, G. (2006). Developmental change in the relation between executive functions and symptoms of ADHD and co-occurring behavior problems. Infant and Child Development, 15(1), 19-40. http://dx.doi.org/10.1002/icd.413
Carvalho, J., Martins, C., Martins, E. C., Osório, A., Carvalho, M. J., & Soares, I. (2012). Scaffolding verbal materno no âmbito de uma tarefa de elicitação narrativa em crianças de idade pré-escolar. Análise Psicológica, 30(4), 359-371. http://dx.doi.org/10.14417/ap.598
Czermainski, F. R., Bosa, C. A., & Salles, J. F. (2013). Funções executivas em crianças e adolescentes com transtorno do espectro do autismo: uma revisão. Psico, 44(4), 518-525.
Darling, N. & Steinberg, L. (1993). Parenting style as context: an integrative model. Psychological Bulletin, 113(3), 487-496. http://dx.doi.org/10.1037/0033-2909.113.3.487
Diamond, A. (2013). Executive functions. Annual Review of Psychology, 64, 135-168. http://dx.doi.org/10.1146/annurevpsych-113011-143750 Dias, N. M. & Seabra, A. G. (2013). Funções executivas: desenvolvimento e intervenção. Temas sobre Desenvolvimento, 19(107), 206-212.
Dias, N. M., Seabra, A. G. (2015). The promotion of executive functioning in a Brazilian public school: a pilot study. Spanish Journal of Psychology, 18(e8), 1-14. http://dx.doi.org/10.1017/sjp.2015.4
Dias, N. M., Gomes, C. M. A., Reppold, C. T., Fioravanti-Bastos, A. C. M., Pires, E. U., Carreiro, L. R. R., & Seabra, A. G. (2015). Investigação da estrutura e composição das funções executivas: análise de modelos teóricos. Revista Psicologia: Teoria e Prática, 17(2), 140-152. http://dx.doi.org/10.15348/1980-6906/psicologia.v17n2p140-152
Dias, N. M., Trevisan, B. T., Pereira, A. P. P., Gonzales, M. K., & Seabra, A. G. (2012). Dados normativos do teste de atenção por cancelamento. In Seabra, A. G. & Dias, N. M. (Org.), Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: atenção e funções executivas. São Paulo: Memnon.
Espy, K, A. (1997). The Shape School: Assessing executive function in preschool children. Developmental Neuropsychology, 13(4), 495-499. http://dx.doi.org/10.1080/87565649709540690
Espy, K, A. & Cwik, M. F. (2004). The Development of a trail making test in young children: the TRAILS-P. The Clinical Neuropsychologist, 18(3), 411-422. http://dx.doi.org/10.1080/138540409052416
Espy, K. A., Kaufmann, P. M. & Glisky, M. L. (2001). New procedures to assess executive functions in preschool children. The Clinical Neuropsychologist, 15(1), 46-58. http://dx.doi.org/10.1076/clin.15.1.46.1908
Gerstadt, C. L., Hong, Y. J., & Diamond, A. (1994). The relationship between cognition and action: performance of children 3.5-7 years old on a Stroop-like day-night test. Cognition, 53(2), 129-153. http://dx.doi.org/10.1016/0010-0277(94)90068-X
Godoy, S. (2012). Evidências de validade do teste de atenção por cancelamento. In Seabra, A. G. & Dias, N. M. (Org.), Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: atenção e funções executivas. São Paulo: Memnon.
Gomide, P. I. C. (2011a). Pais presentes pais ausentes: regras e limites. Rio de Janeiro: Vozes.
Gomide, P. I. C. (2011b). Inventário de Estilos Parentais – IEP: modelo teórico, manual de aplicação, apuração e interpretação (2ª ed.). Rio de Janeiro: Vozes.
Hughes, C. H. & Ensor, R. A. (2009). How do families help or hinder the emergence of early executive function? New Directions in Child and Adolescent Development, 123. http://dx.doi.org/10.1002/cd.234
Leme, V. B. R., Del Prette, Z. A. P., & Coimbra, S. (2013). Práticas Educativas Parentais e Habilidades Sociais de Adolescentes de Diferentes Configurações Familiares. Psico, 44(4), 560-570. Lezak, M. D., Howieson, D. B., Bigler, E. D., & Tranel, D. (2012). Neuropsychological Assessment (5ª ed.). New York: Oxford University Press.
Malloy-Diniz, L. F., Sedo, M., Fuentes, D., & Leite, W. B. (2008). Neuropsicologia das funções executivas. In Fuentes, D., Malloy-Diniz, L. F., Camargo, C. H. P., & Cosenza, R. M. (Org.), Neuropsicologia: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed.
Martoni, A. T. (2012). Avaliação de funções executivas, desatenção e hiperatividade em crianças: testes de desempenho, relato de pais e de professores. Dissertação de mestrado, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, Brasil.
Miyake, A., Friedman, N. P., Emerson, M. J., Witzki, A. H., Howerter, A., & Wager, T. D. (2000). The unity and diversity of executive functions and their contributions to complex “frontal lobe” tasks: a latente variable analysis. Cognitive Psychology, 41(1), 49-100. http://dx.doi.org/10.1006/cogp.1999.0734
Montiel, J. M. & Seabra, A. G. (2012). Teste de atenção por cancelamento. In Seabra, A. G. & Dias, N. M. (Org.), Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: atenção e funções executivas. São Paulo: Memnon.
Montiel, J. M., Bartholomeu, D., Armond, G. D., Jacini, W. F. S., Bueno, C. H., Fernandes, F., & Cecato, J. F. (2014). Associações entre medidas de funções executivas e sintomas de desatenção e hiperatividade em crianças em idade escolar. Revista Neuropsicologia Latinoamericana, 6(1), 13-21.
Noble, K., Mccandliss, B., & Farah, M. (2007). Socioeconomic gradients predict individual differences in neurocognitive abilities. Developmental Science, 10(4), 464-480. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-7687.2007.00600.x
Osório, A. A. C. (2011). Development of social cognition in the early years of life in the context of the child-mother relationship. Tese de Doutorado em Psicologia Clínica, Universidade do Minho, Braga.
Oxford, M. L. & Lee, J. O. (2011). The effect of family processes on school achievement as moderated by socioeconomic context. Journal of School Psychology, USA, 49(5), 597-612. http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.06.001
Partington, J. E. & Leiter, R. G. (1949). Partington’s Pathways Test. Journal of Consulting Psychology, 13(5), 386. http://dx.doi.org/10.1037/h0049525
Rhoades, B. L., Greenberg, M. T., Lanza, S. T., & Blair, C. (2011). Demographic and familial predictors of early executive function development: contribution of a person-centered perspective. Journal of Experimental Child Psychology, 108(3), 638-662. http://dx.doi.org/10.1016/j.jecp.2010.08.004
Sampaio, I. T. A. & Gomide, P. I. C. (2007). Inventário de Estilos Parentais (IEP) – Gomide (2006) percurso de padronização e normatização. Psicologia Argumento, Curitiba, 25(48), 15-26.
Sarsour, K., Sheridan, M., Jutte, D., Nuru-Jeter, A., Hinshaw, S. & Boyce, T. (2011). Family socioeconomic status and child executive functions: the roles of language, home environment, and single parenthood. Journal of the International Neuropsychological Society, 17, 120-132. http://dx.doi.org/10.1017/S1355617710001335
Stroop, J. R. (1935). Studies of interference in serial verbal reactions. Journal of Experimental Psychology, 18(6), 643-662. http://dx.doi.org/10.1037/0096-3445.121.1.15
Trevisan, B. T. (2010). Atenção e controle inibitório em pré-escolares e correlação com indicadores de desatenção e hiperatividade. Dissertação de mestrado, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, Brasil.
Trevisan, B. T., Hipólito, R., Parise, L. F., Reppold, C. T. & Seabra, A. G. (2012). Dados normativos do teste de trilhas para pré-escolares. In Seabra, A. G. & Dias, N. M. (Org.), Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: atenção e funções executivas. São Paulo: Memnon.
Trevisan, B. T. & Pereira, A. P. P. (2012). Evidências de validade do teste de trilhas para pré-escolares. In Seabra, A. G. & Dias, N. M. (Org.), Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: atenção e funções executivas. São Paulo: Memnon.
Trevisan, B. T. & Seabra, A. G. (2012). Teste de trilhas para pré-escolares. In Seabra, A. G. & Dias, N. M. (Org.), Avaliação Neuropsicológica Cognitiva: atenção e funções executivas. São Paulo: Memnon.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Psico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Psico como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.