Construção da escala de motivos da procrastinação acadêmica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-8623.2017.2.24635

Palavras-chave:

motivação, atraso, estudante universitário

Resumo

A procrastinação acadêmica é uma forma de adiamento da realização de tarefas acadêmicas que pode ser prejudicial aos estudantes. Este trabalho busca construir e investigar evidências de validade e fidedignidade da Escala de Motivos da Procrastinação Acadêmica, que avalia a percepção de universitários sobre a frequência de sua procrastinação em tarefas acadêmicas e os motivos associados a ela. Após a construção dos itens e análise semântica por juízes, foi avaliada a relação entre motivos e uma série de variáveis externas, incluindo tarefas mais procrastinadas, conscienciosidade, depressão, impulsividade e gênero. A amostra foi composta por 604 estudantes de graduação e a coleta de dados foi online. Uma análise fatorial exploratória ordinal revelou uma estrutura de dois fatores oblíquos subjacentes aos itens: procrastinação-ansiedade e procrastinação-desmotivação. Apesar do reduzido número de itens, ambos os fatores obtiveram níveis aceitáveis de fidedignidade e apresentaram um padrão similar de correlações com depressão (+) e conscienciosidade (-). Sugestões para estudos futuros são fornecidas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gabriela Ballardin Geara, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Gabriela Ballardin Geara, psicóloga (UFRGS), mestra em Psicologia (UFRGS) e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 

Nelson Hauck Filho, Universidade São Francisco

É Professor no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco - Itatiba (CAPES 6). Cursou a graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e o mestrado e o doutorado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Marco Antonio Pereira Teixeira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação (1995), mestrado (1988) e doutorado (2002) em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente é professor associado no Instituto de Psicologia da UFRGS, onde leciona na graduação e na pós-graduação, além de desenvolver pesquisas e extensão. 

Referências

Asún, R. A., Rdz-Navarro, K., & Alvarado, J. M. (2015). Developing multidimensional Likert Scales using item factor analysis: The case of four-point items. Sociological Methods & Research, 45(1). https://doi. org/10.1177/0049124114566716

Burka, J. B., & Yuen, L. M. (1983). Procrastination: Why you do it, what to do about it. Reading, MA: Addison-Wesley.

Carver, C. S. & White, T. L. (1994). Behavioral inhibition, behavioral activation and affective responses to impending reward and punishment: The BIS-BAS scales. Journal of Personality and Social Psychology, 67, 319-333. https://doi.org/10.1037/0022-3514.67.2.319

Cerino, E. S. (2014). Relationships between academic motivation, self-efficacy, and academic procrastination. Psi Chi Journal of Psychological Research, 19(4), 156-163. https://doi.org/10.24839/2164-204.JN19.4.156

Conceição, J. P. O. (2011). Personalidade e procrastinação em estudantes universitários. Dissertação de Mestrado, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa: Portugal.

Costa, M. (2007). Procrastinação, auto-regulação e gênero. Dissertação de Mestrado, Universidade do Minho, Guimarães: Portugal.

Chu, A. H. C. & Choi, J. N. (2005). Rethinking procrastination: positive effects of "active" procrastination behavior on attitudes and performance. The Journal of Social Psychology, 145, 245-264. https://doi.org/10.3200/SOCP.145.3.245-264

Effert, B. R. & Ferrari, J. R. (1989). Decisional procrastination: Examining personality correlates. Journal of Social Behavior and Personality, 4, 151-161.

Grunschel, C., Patrzek, J., & Fries, S. (2013a). Exploring reasons and consequences of academic procrastination: An interview study. European Journal of Psychology of Education, 28(3), 841-861. https://doi.org/10.1007/s10212-012-0143-4

Grunschel, C., Patrzek, J., & Fries, S. (2013b). Exploring different types of academic delayers: A latent profile analysis. Learning and Individual Differences, 23, 225-233. https://doi.org/10.1016/j.lindif.2012.09.014

Enumo, S. & Kerbauy, R. (1999). Procrastinação: Descrição de comportamentos de estudantes e transeuntes de uma capital brasileira. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 2, 125-135.

Hamasaki, E. I. M. & Kerbauy, R. R. (2001). Será o comportamento de procrastinar um problema de saúde? Revista Brasileira de Terapia Congitiva Comportamental, 3, 35-40.

Hauck-Filho, N. & Teixeira, M. A. P. (2011). A estrutura fatorial da Escala CES-D em estudantes universitários brasileiros. Avaliação Psicológica, 10, 91-97.

Hauck-Filho, N., Machado, W. L., Teixeira, M. A. P., & Bandeira, D. (2012). Marcadores reduzidos para a avaliação da personalidade em adolescentes. Psico-USF, 17(2), 253-261. https://doi.org/10.1590/S1413-82712012000200009

Hollender, M. H. (1965). Perfectionism. Comprehensive Psychiatry, 6, 94-103. https://doi.org/10.1016/S0010-440X(65)80016-5

Kerbauy, R. (2001). Análise funcional da preguiça e procrastinação. In R. C. Wielenska (Org.). Sobre cognição e comportamento: questionando e ampliando a teoria e as intervenções clínicas e em outros contentos (pp. 63-69). Santo André, SP: ESETec Editores Associados.

Klingsieck, K. B. (2013). Procrastination: When good things don’t come to those who wait. European Psychologist, 18(1), 24-34. https://doi.org/10.1027/1016-9040/a000138

Lay, C. H. (1986). At last my research article on procrastination. Joumal of Research in Personality, 20, 474-495. https://doi.org/10.1016/0092-6566(86)90127-3

Lorenzo-Seva, U. & Ferrando, P. J. (2013). FACTOR 9.2: A comprehensive program for fitting exploratory and semiconfirmatory factor analysis and IRT models. Applied Psychological Measurement, 37(6), 497-498. https://doi.org/10.1177/0146621613487794

McCown, W., Johnson, J., & Petzel, T. (1989). Procrastination, a principal components analysis. Personality and Individual Differences, 10, 197-202. https://doi.org/10.1016/0191-8869(89)90204-3

Merce, C., Concepcion, G., M. del Mar, B., & Ramon, C. (2012). Procrastination and Cheating from Secondary School to University. Electronic Journal of Research in Educational Psychology, 10(2), 737-754.

O’Brien, W. K. (2002). Applying the transtheoretical model to academic procrastination. Tese de doutorado, University of Houston, Houston.

Ozer, B. U., Demir, A., & Ferrari, J.R. (2009). Exploring academic procrastination among Turkish students: Possible gender differences in prevalence and reasons. The Journal of Social Psychology, 149, 241-257. https://doi.org/10.3200/SOCP.149.2.241-257

Pychyl, T. A., Lee, J. M., Thibodeau, R., & Blunt, A. (2000). Five days of emotion: An experience sampling study of undergraduate student procrastination. Journal of Social Behavior and Personality, 15, 239-254.

Revelle, W. (2014). Psych: Procedures for personality and psychological research. R package version 1.4.3. CRAN Project. Retirado de: <http://cran.r-project.org/web/packages/psych/psych.pdf>. Acessado em: 11 dez. 2015.

Sampaio, R. K. N. (2011). Procrastinação acadêmica e a autorregulação da aprendizagem em estudantes universitários. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.

Sampaio, R. K. N.; & Bariani, I. C. D. (2011). Procrastinação Acadêmica: Um estudo exploratório. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 2(2), 242-262. https://doi.org/10.5433/2236-6407.2011v2n2p242

Schouwenburg, H. (1995). Academic Procrastination: Theoretical notions, measurement and research. In J. Ferrari, J. Johnson, & W. McCown, Procrastination and task avoidance: Theory, research and practice (pp. 71- 950). New York: Plenum Press. https://doi.org/10.1007/978-1-4899-0227-6_4

Sharma, M. & Kaur, G. (2011). Gender differences in procrastination and academic stress among adolescents. Indian Journal of Social Science Researches, 8(2), 122-127.

Silveira, D. X. & Jorge, M. R. (2000). Escala de Rastreamento Populacional para Depressão CES-D em populações clínicas e não clínicas de adolescentes e adultos jovens. In C. Gorestain, L. H. S. G. Andrade, & A. W. Zuarde (Orgs.). Escalas de avaliação clínica em psiquiatria e farmacologia (pp. 125-135). São Paulo: Lemos.

Solomon, L. & Rothblum, E. (1984). Academic procrastination: Frequency and cognitive-behavioural correlates. Journal of Counselling Psychology, 31(4), 503-509. https://doi.org/10.1037/0022-0167.31.4.503

Schouwenburg, H. (2004). Trait procrastination in academic settings: An overview of students who engage in task delays. In H. Schouwenburg, C. Lay, T. Pylchyl, & J. Ferrari (Eds.). Counselling the procrastinator in academic settings (pp. 3-18). Washington: American Psychological Association.

Steel, P. (2007). The nature of procrastination: A meta-analytic and theoretical review of quintessential self-regulatory failure. Psychological Bulletin, 133, 65-94. https://doi.org/10.1037/0033-2909.133.1.65

Steel, P. (2010). Arousal, avoidant and decisional procrastinators: Do they exist? Personality and Individual Differences, 48, 926-934.

Timmerman, M. E. & Lorenzo-Seva, U. (2011). Dimensionality assessment of ordered polytomous items with parallel analysis. Psychological Methods, 16(2), 209-220. https://doi.org/10.1037/a0023353

Watson, D. C. (2001). Procrastination and the five-factor model: a facet level analysis. Personality and Individual Differences, 30(1), 149-158. https://doi.org/10.1016/S0191-8869(00)00019-2

Zimmerman, B. J. & Schunk, D. H. (Eds.). (2001). Self-regulated learning and academic achievement: Theoretical perspectives. Mahwah, NJ: Erlbaum.

Downloads

Publicado

2017-06-22

Como Citar

Geara, G. B., Hauck Filho, N., & Pereira Teixeira, M. A. (2017). Construção da escala de motivos da procrastinação acadêmica. Psico, 48(2), 140–151. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2017.2.24635

Edição

Seção

Artigos