Violência obstétrica em mulheres brasileiras

Autores

  • Carolina Coelho Palma Universidade do Vale do Rio dos Sinos
  • Tagma Marina Scheiner Donelli Universidade do Vale do Rio dos Sinos

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-8623.2017.3.25161

Palavras-chave:

Violência, Parto, Nascimento

Resumo

Esta pesquisa objetivou verificar a ocorrência de violência obstétrica em mulheres brasileiras. Realizou-se um estudo quantitativo, descritivo, transversal, de alcance correlacional e preditivo, utilizando-se o Questionário de Violência no Parto. Os dados foram coletados por acesso online ao questionário. Realizou-se análise descritiva, de correlação e de regressão, através do programa SPSS. Participaram da pesquisa 1626 mulheres adultas. Os resultados apontam que durante o parto 52,3% das gestantes sentiu-se inferior, vulnerável e insegura; 49,8% sentiu-se exposta e sem privacidade. A vivência de violência no parto apresentou correlação significativa com idade, escolaridade e renda familiar. Através da análise de regressão múltipla, verificou-se 12 práticas de atendimento ao parto que mostraram-se preditores significativos de violência no parto, explicando 34,9% da vivência de violência obstétrica. Percebe-se que intervenções desnecessárias são realizadas em nome de uma falsa impressão de que, quanto mais se intervém, mais se cuida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carolina Coelho Palma, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Departamento de Psicologia da UNISINOS

Programa de Pós Graduação em Psicologia 

Mestrado em Psicologia Clínica

Referências

Carneiro, R. G. (2013). Dilemas antropológicos de uma agenda de saúde pública: Programa Rede Cegonha, pessoalidade e pluralidade. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, 17(44), 49-59. https://doi.org/10.1590/S1414-32832013000100005

Ciello, C., Carvalho, C., Kondo, C., Delage, D., Niy, D., & Werner, L. (2012). Parto do princípio. Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa. Dossiê da Violência Obstétrica “Parirás com dor”. Disponível em: <http://www.senado.gov. br/comissoes/documentos/SSCEPI/DOC%20VCM%20367.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2016.

Defensoria Pública do Estado de São Paulo. (2013). Violência Obstétrica: você sabe o que é? Núcleo especializado de promoção e defesa dos direitos da mulher e Associação Artemis. Escola da Defensoria Pública do Estado. São Paulo. Disponível em: <http://www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/repositorio/41/violencia%20obstetrica.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2016.

Diniz C. S. G. (2001). Entre a técnica e os direitos humanos: possibilidades e limites da humanização da assistência ao parto. Tese de Doutorado. São Paulo: FM/USP.

Diniz, S. G., Salgado, H. D. O., Andrezzo, H. F. D. A., Carvalho, P. G. C. D., Carvalho, P. C. A., Aguiar, C. D. A., & Niy, D. Y. (2015). Violência obstétrica como questão para a saúde pública no Brasil: origens, definições, tipologia, impactos sobre a saúde materna, e propostas para sua prevenção. Revista brasileira de crescimento e desenvolvimento humano, 25(3), 377-384.

Faúndes, A. & Cecatti, J. G. (1991). A operação cesárea no Brasil: incidência, tendências, causas, conseqüências e propostas de ação. Cadernos de Saúde Pública, 7(2), 150-173. https://doi.org/10.1590/S0102-311X1991000200003

Guerra, G. B. (2012). Violencia obstétrica. Revista de la Facultad de Medicina, 31(1), 5-6.

Leal, M. D. C., Pereira, A. P. E., Domingues, R. M. S. M., Theme Filha, M. M., Dias, M. A. B., Nakamura-Pereira, M., & Gama, S. G. N. D. (2014). Intervenções obstétricas durante o trabalho de parto e parto em mulheres brasileiras de risco habitual. https://doi.org/10.1590/0102-311x00151513

Ley Nacional nº 25.929 de 17 de septiembre de 2004. Dispões sobre os Derechos de Padres e Hijos durante el Proceso de Nacimiento. Declaración de Interés Del Sistema Nacional de Información Mujer, por parte del Senado de la Nación.

Monson, M. R. D. R., Correa, A. M. S., Becker, E. D. A., Witte, E., Almeida, J. A. G. D., Lima Filho, J. B. D., & Goldenberg, P. (1991). Programa nacional de incentivo ao aleitamento materno: revisão e avaliação das ações nacionais para a implementação dos princípios e objetivos do Código Internacional de comercialização dos substitutos do leite materno. Declaración sobre difusión del Parto Humanizado. Câmara de Deputados. Argentina.

Organização Mundial da Saúde. (1996) Assistência ao parto normal: um guia prático. Genebra.

Organização Mundial da Saúde. (2014) Prevenção e eliminação de abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto em instituições de saúde. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/134588/3/WHO_RHR_14.23_por. pdf. Acesso em: 20 jan. 2016.

Organização Mundial da Saúde. (2015). Declaração da Organização Mundial da Saúde sobre as taxas de cesárea. Disponível em: <http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/161442/3/WHO_RHR_15.02_por.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2016.

Rego, S., Gomes, A. P., & Siqueira-Batista, R. (2008). Bioética e humanização como temas transversais na formação médica. Rev Bras Educ Med, 32(4), 482-491. https://doi.org/10.1590/S0100-55022008000400011

Salgado, H. D. O, Niy, D. Y., & Diniz, C. S. G. (2013). Meio grogue e com as mãos amarradas: o primeiro contato com o recém-nascido segundo mulheres que passaram por uma cesárea indesejada. Revista brasileira de crescimento e desenvolvimento humano, 23(2), 190-197.

Sampieri, R. H., Collado, C. F., & Lucio, M. P. B. (2013). Metodologia de Pesquisa. Porto Alegre: Penso.

Singata, M., Tranmer, J., & Gyte, G. M. (2010). Restricting oral fluid and food intake during labour. Cochrane Database Syst Rev, 1. https://doi.org/10.1002/14651858.CD003930.pub2

Tesser, C. D., Knobel, R., de Aguiar Andrezzo, H. F., & Diniz, S. G. (2015). Violência obstétrica e prevenção quaternária: o que é e o que fazer. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, 10(35), 1-12. https://doi.org/10.5712/rbmfc10(35)1013

Venturini, G., Bokany, V., & Dias, R. (2010) Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado. São Paulo: Fundação Perseu Abramo/Sesc. Disponível em: <http://novo.fpabramo.org.br/sites/default/files/pesquisaintegra_0.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2016.

Zambaldi, C. F., Cantilino, A., & Sougey, E. B. (2009). Parto traumático e transtorno de estresse pós-traumático: revisão da literatura. J. Bras Psiquiatr, 58(4), 252-257. https://doi.org/10.1590/S0047-20852009000400006

Downloads

Publicado

2017-09-29

Como Citar

Palma, C. C., & Donelli, T. M. S. (2017). Violência obstétrica em mulheres brasileiras. Psico, 48(3), 216–230. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2017.3.25161

Edição

Seção

Artigos