Violência obstétrica em mulheres brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-8623.2017.3.25161Palavras-chave:
Violência, Parto, NascimentoResumo
Esta pesquisa objetivou verificar a ocorrência de violência obstétrica em mulheres brasileiras. Realizou-se um estudo quantitativo, descritivo, transversal, de alcance correlacional e preditivo, utilizando-se o Questionário de Violência no Parto. Os dados foram coletados por acesso online ao questionário. Realizou-se análise descritiva, de correlação e de regressão, através do programa SPSS. Participaram da pesquisa 1626 mulheres adultas. Os resultados apontam que durante o parto 52,3% das gestantes sentiu-se inferior, vulnerável e insegura; 49,8% sentiu-se exposta e sem privacidade. A vivência de violência no parto apresentou correlação significativa com idade, escolaridade e renda familiar. Através da análise de regressão múltipla, verificou-se 12 práticas de atendimento ao parto que mostraram-se preditores significativos de violência no parto, explicando 34,9% da vivência de violência obstétrica. Percebe-se que intervenções desnecessárias são realizadas em nome de uma falsa impressão de que, quanto mais se intervém, mais se cuida.
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