Avaliação psicológica de pacientes após a alta da unidade de terapia intensiva
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-8623.2020.2.33640Palavras-chave:
Unidades de Terapia Intensiva, Cuidados Críticos, Transtornos mentais, Memória, Psicologia.Resumo
A maioria dos pacientes sobrevive ao episódio de doença crítica, contudo, muitos deles podem desenvolver alterações psicológicas após a alta desta unidade. Dada a natureza dos cuidados intensivos e as condições clínicas da maioria dos pacientes esta pesquisa tem como objetivo descrever os resultados da avaliação psicológica de pacientes três meses após a alta dos cuidados críticos. Foram avaliados 160 pacientes, no entanto, devido ao comprometimento neurológico apenas 137 conseguiram responder à avaliação psicológica. Os instrumentos utilizados foram: Planilha para coleta de dados do prontuário, instrumento de avaliação de memórias de UTI, Impact of Event Scale-Revised (IES-R) e Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS). Os resultados revelaram que a identificação precoce das complicações inerentes ao tratamento crítico poderá trazer benefícios para a prevenção de alterações emocionais/físicas crônicas subsequentes.
Downloads
Referências
Associação Americana de Psiquiatria. (2013). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. BMC Med. 17, 133-137.
Caiuby, A. V. S., Lacerda, S. S., Quintana, M. I., Torii, T. S., & Andreoli, S. B. (2012). Adaptação transcultural da versão brasileira da Escala do Impacto do Evento - Revisada (IES-R). Cadernos de Saúde Pública, 28(3), 597-603. https://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2012000300019
Chahraoui, K., Laurent, A., Bioy, A., & Quenot, J. P. (2015). Psychological experience of patients 3 months after a stay in the intensive care unit: A descriptive and qualitative study. Journal of critical care, 30(3), 599-605. https://doi.org/10.1016/j.jcrc.2015.02.016
Costa, J. B. D., & Marcon, S. S. (2009). Elaboração e avaliação de um instrumento para identificar memórias referentes à unidade de terapia intensiva. J Bras Psiquiatr, 58(4), 223-30.
https://doi.org/10.1590/s0047-20852009000400002
Costa, J. B. D., Marcon, S. S., Macedo, C. R. L. D., Jorge, A. C., & Duarte, P. A. D. (2014). Sedação e memórias de pacientes submetidos à ventilação mecânica em unidade de terapia intensiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 26(2), 122-129. https://doi.org/10.5935/0103-507x.20140018
Creamer, M., Bell, R., & Failla, S. (2003). Psychometric properties of the impact of event scale—revised. Behaviour research and therapy, 41(12), 1489-1496. https://doi.org/10.1016/j.brat.2003.07.010
Davydow, D. S., Gifford, J. M., Desai, S. V., Needham, D. M., & Bienvenu, O. J. (2008). Posttraumatic stress disorder in general intensive care unit survivors: a systematic review. General hospital psychiatry, 30(5), 421-434.
https://doi.org/10.1016/j.genhosppsych.2008.05.006
Davydow, D. S., Zatzick, D., Hough, C. L., & Katon, W. J. (2013). A longitudinal investigation of posttraumatic stress and depressive symptoms over the course of the year following medical–surgical intensive care unit admission. General hospital psychiatry, 35(3), 226-232.
https://doi.org/10.1016/j.genhosppsych.2012.12.005
de Albuquerque, J. M., da Silva, R. F. A., & de Souza, R. F. F. (2017). perfil epidemiológico e seguimento após alta de pacientes internados em unidade de terapia intensiva. Cogitare Enfermagem, 22(3). https://doi.org/10.5380/ce.v22i3.50609
Hernández Rodriguez, A., Camargo Bub, M. B., Perão, O. F., Zandonadi, G., & Hernández Rodriguez, M. D. J. (2016). Características epidemiológicas e causas de óbitos em pacientes internados em terapia intensiva.
Revista Brasileira de Enfermagem, 69(2). https://doi.org/10.1590/0034-7167.2016690204i
Herridge, M. S., Chu, L. M., Matte, A., Tomlinson, G., Chan, L., Thomas, C., ... Ferguson, N. D. (2016). The RECOVER program: disability risk groups and 1-year outcome after 7 or more days of mechanical ventilation. American journal of respiratory and critical care medicine, 194(7), 831-844. https://doi.org/10.1164/rccm.201512-2343oc
Kapfhammer, H. P., Rothenhäusler, H. B., Krauseneck, T., Stoll, C., & Schelling, G. (2004). Posttraumatic stress disorder and health-related quality of life in long-term survivors of acute respiratory distress syndrome. American Journal of Psychiatry, 161(1), 45-52. https://doi.org/10.1176/appi.ajp.161.1.45
Kessler, R. C., Berglund, P., Demler, O., Jin, R., Merikangas, K. R., & Walters, E. E. (2005). Lifetime prevalence and age-of-onset distributions of DSM-IV disorders in the National Comorbidity Survey Replication. Archives of general psychiatry, 62(6), 593-602. https://doi.org/10.1001/archpsyc.62.6.593
Kvåle, R., Ulvik, A., & Flaatten, H. (2003). Follow-up after intensive care: a single center study. Intensive care medicine, 29(12), 2149-2156. https://doi.org/10.1007/s00134-003-2034-2
Long, A. C., Kross, E. K., Davydow, D. S., & Curtis, J. R. (2014). Posttraumatic stress disorder among survivors of critical illness: creation of a conceptual model addressing identification, prevention, and management. Intensive care medicine, 40(6), 820-829 https://doi.org/10.1007/s00134-014-3306-8
Marcolino, J. Á. M., Suzuki, F. M., Alli, L. A. C., Gozzani, J. L., & Mathias, L. A. D. S. T. (2007). Medida da ansiedade e da depressão em pacientes no pré-operatório. Estudo comparativo. Rev Bras Anestesiol, 57(2), 157-166. https://doi.org/10.1590/s0034-70942007000200004
Melo, A. C. D. L., Menegueti, M. G., & Laus, A. M. (2014). Perfil de pacientes de terapia intensiva: subsídios para a equipe de enfermagem. Revista de Enfermagem UFPE On Line, 8(9), 3142-3148.
Milton, A., Brück, E., Schandl, A., Bottai, M., & Sackey, P. (2017). Early psychological screening of intensive care unit survivors: a prospective cohort study. Critical Care, 21(1), 273. https://doi.org/10.1186/s13054-017-1813-z
Nikayin, S., Rabiee, A., Hashem, M. D., Huang, M., Bienvenu, O. J., Turnbull, A. E., & Needham, D. M. (2016). Anxiety symptoms in survivors of critical illness: a systematic review and meta-analysis. General hospital psychiatry, 43, 23-29. https://doi.org/10.1016/j.genhosppsych.2016.08.005
Ranzani, O. T., Zampieri, F. G., Besen, B. A., Azevedo, L. C., & Park, M. (2015). One-year survival and resource use after critical illness: impact of organ failure and residual organ dysfunction in a cohort study in Brazil. Critical Care, 19(1), 269. https://doi.org/10.1186/s13054-015-0986-6
Schandl, A. R., Brattström, O. R., Svensson-Raskh, A., Hellgren, E. M., Falkenhav, M. D., & Sackey, P. V. (2011). Screening and treatment of problems after intensive care: a descriptive study of multidisciplinary follow-up. Intensive and Critical Care Nursing, 27(2), 94-101. https://doi.org/10.1016/j.iccn.2011.01.006
Sevin, C. M., Bloom, S. L., Jackson, J. C., Wang, L., Ely, E. W., & Stollings, J. L. (2018). Comprehensive care of ICU survivors: Development and implementation of an ICU recovery center. Journal of critical care, 46, 141-148. https://doi.org/10.1016/j.jcrc.2018.02.011
Stein, M. B., Walker, J. R., Hazen, A. L., & Forde, D. R. (1997). Full and partial posttraumatic stress disorder: findings from a community survey. The American Journal of Psychiatry, 154(8), 1114. https://doi.org/10.1176/ajp.154.8.1114
Wade, D. M., Howell, D. C., Weinman, J. A., Hardy, R. J., Mythen, M. G., Brewin, C. R., ... Raine, R. A. (2012). Investigating risk factors for psychological morbidity three months after intensive care: a prospective cohort study. Critical Care, 16(5), R192. https://doi.org/10.1186/cc11677
Wade, D., Hardy, R., Howell, D., & Mythen, M. (2013). Identifying clinical and acute psychological risk factors for PTSD after critical care: a systematic review. Minerva Anestesiol, 79(8), 944-63.
Weiss, D. S., & Marmar, C. R. (1997). The Impact of Event Scale-Revised In: Wilson, J.P., Keane, T.M., editors. Assessing psychological trauma and ptsd. (pp. 399-411). New York: Guilford. APA PsycTests. https://doi.org/10.1037/t12199-000
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Psico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Psico como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.