Vivências de trabalho na informalidade: um estudo com feirantes de roupas na cidade de Fortaleza-CE
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-8623.2020.2.33744Palavras-chave:
trabalho, informalidade, feira de roupas, subjetividadeResumo
O objetivo deste artigo é descrever e analisar vivências de trabalho de feirantes de roupas que atuam na informalidade, em uma feira na cidade de Fortaleza-CE. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que fez uso de observação direta e de entrevistas na coleta de dados, e da técnica de análise de conteúdo. Foram entrevistadas 17 feirantes que atuavam na comercialização de produtos e sem vínculo formal de emprego. Como resultados, identificou-se trajetórias laborais marcadas pela informalidade e precarização. As vivências de trabalho apresentam aspectos positivos, como a renda obtida, sensação de liberdade e flexibilidade de tempo, e negativos, como desconforto pelo período de funcionamento da feira e cansaço. Amizade, confiança e ajudas recíprocas compõem seu cotidiano, assim como a concorrência. Evidencia-se que as vivências relatadas são permeadas por ambivalências que, entretanto, não são suficientes para ensejar o desejo de mudança de ocupação.
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