Fatores associados ao cometimento de atos infracionais na adolescência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-8623.2019.4.34094

Palavras-chave:

delinquência juvenil, fatores de risco, fatores de proteção.

Resumo

Existem sólidas evidências internacionais acerca de fatores de risco específicos associados ao desenvolvimento da conduta delituosa na adolescência. No presente estudo buscou-se identificar quais dos fatores se mostrariam significativos no contexto sociocultural brasileiro. Trabalhou-se com dados de uma amostra composta por 529 adolescentes do sexo masculino, com idades entre 16 e 18 anos (260 judicializados; 269 escolares), coletados com um questionário. Foram feitas análises de regressão logística, sendo que no modelo ajustado, as variáveis que se mostraram relevantes foram: a) status socioeconômico; b) paternidade; c) idade; d) trabalho; e) uso de substâncias; f) pares de idade; g) desempenho escolar; h) impulsividade; i) supervisão parental; e i) investimento familiar. Atuando como risco, os fatores mais relevantes foram baixo status socioeconômica e uso frequente de maconha. Atuando como proteção somente investimento familiar.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lais Sette Galinari, Universidade de São Paulo, SP

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto

Iris Daniela Arruda Vicari, Universidade de São Paulo, SP

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto

Marina Rezende Bazon, Universidade de São Paulo, SP

Livre docente e Professora Associada do Departamento de Psicologia da FFCLRP-USP

Referências

ABEP. Critério Padrão de Classificação Econômica Brasil, 2017.

Andrews, D. A. & Bonta, J. (2006) The Psychology of Criminal Conduct. LexisNexis: Newark.

Assink, M., van der Put, C., Hoeve, M., de Vries, S., Stams, G. & Oort, F. (2015). Risk factors for persistent delinquent behavior among juveniles: A meta-analytic review. Clin Psychol Rev., 42, 47-61. https://doi.org/10.1016/j.cpr.2015.08.002

Bazon, M. R., & Estevão, R. (2012). Juvenile Criminal Behavior and Peers’ Influences: A Comparative Study in the Brazilian Context. Universitas Psychologica, 11, 1157- 1166. https://doi.org/10.1016/j.cpr.2015.08.002

Brasil, Ministério dos Direitos Humanos (MDH). (2018). Levantamento anual SINASE 2016. Brasília: Ministério dos Direitos Humanos. https://doi.org/10.11606/t.2.2010.tde-26012011-151013

Coley, R. L., Sims J., Dearing, E & Spielvogel, B. (2017). Locating economic risks for adolescent mental and behavioral health: poverty and affluence in families, neighborhoods, and schools. Child Dev. https://doi.org/10.1111/cdev.12771

Contreras, L., Molina, V., & Cano, M. C. (2011). In search of psychosocial variables linked to the recidivism in young offenders. The European Journal of Psychology Applied to the Legal Context, 3, 77–88.

Cottle, C. C., Lee, R. J., & Heilbrun, K. (2001). The Prediction of Criminal Recidivism in Juveniles: A Meta-Analysis. Criminal Justice and Behavior, 28(3), 367-394. https://doi.org/10.1177/0093854801028003005

Costa, R., Komatsu, A. V., & Bazon, M. R. (2017). Psychological Assessment of Adolescent Offenders. International Annals of Criminology, 0: 1–20

Cuervo, K., Villanueva, L., González, F., Carrión, C., & Busquets, P. (2015). Characteristics of young offenders depending on the type of crime. Psychosocial Intervention, 24(1), 9-15. https://doi.org/10.1016/j.psi.2014.11.003 .

Dickens, G. L. & O´Shea, L. E. (2017). Protective Factos in Risk Assessment Schemes for Adolescents in Mental Health and Criminal Justice Populations: A Systematic Review and Meta-Analysis of their Predictive Efficacy. Adolescent Research Review, 3(1), 95-112. https://doi.org/10.1007/s40894-017-0062-3

Eisenstein, E., & Souza, R. P. de (1993) Situações de risco à saúde de crianças e adolescentes. Petrópolis: Vozes.

French, Jan Hoffman. “Repensando a Violência Policial no Brasil: Desmascarando o Segredo Público da Raça*.”Revista TOMO31(2017): 9-40. https://doi.org/10.21669/tomo.v0i0.7648

Galinari, L. S., Franco, M. G. O., Bazon, M. R. (2018). Perfis de Risco em Delinquência Juvenil: implicações para avaliação e intervenção. In Cândido da Agra, Marcus Alan Gomes. (Orgs.). Criminologia Integrativa: contributos para uma comunidade criminológica de língua portuguesa. (1ed., pp. 251-272). Belo Horizonte: DPlácido.

Gendreau, P., Little, T. & Goggin, C. (1996). A meta- -analysis of the predictors of adult offender recidivism: What works!. Criminology, 34(4), 575-608. https://doi.org/10.1111/j.1745-9125.1996.tb01220.x

Hoeve, M., Dubas, J., Eichelsheim, V. van der Laan, P. Smeenk, W. & Gerris, J. (2009). The relationship between parenting and delinquency: a meta-analysis. J Abnorm Child Psychol, 37(6), 749-759. https://doi.org/10.1007/s10802-009-9310-8

Hosmer, D.W. & Lemeshow, S. (2000) Applied logistic regression. (2nd ed.). New York: John Wiley & Sons. https://doi.org/10.1002/0471722146

Hubbard, D. J., & Pealer, J. (2009). The Importance of Responsivity Factors in Predicting Reductions in Antisocial Attitudes and Cognitive Distortions Among Adult Male Offenders. The Prison Journal, 89(1), 79-98. https://doi.org/10.1177/0032885508329987 .

Jang, S. J., Bader, C., Byron, J. (2008). The Cumulative Advantage of Religiosity in Preventing Drug Use. Journal of D rug Issues, 38. https://doi.org/10.1177/002204260803800306

Komatsu, A.V. & Bazon, M.R. (2015). Caracterização de adolescentes do sexo masculino em relação a comportamentos antissociais. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, 13(2): 725-735. https://doi.org/10.11600/1692715x.13212210814

Komatsu, A. V. (2014). Comportamentos antissociais em adolescentes do sexo masculino: um estudo exploratório na cidade de Ribeirão Preto – SP (Dissertação de Mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP.

Komatsu, A. V., & Bazon, M. R. (2017b). Personal differences among Brazilian adolescents with different levels of criminal engagement. International Journal of Criminology & Sociology, 6: 65-74. https://doi.org/10.6000/1929-4409.2017.06.07

Le Blanc, M. & Fréchette, M. (1989). Male Criminal Activity from Childhood through Youth: Multilevel and developmental perspectives. In Farrington, D. & Blumstein, A. (Eds.). Research in Criminology. New York: Springer-Verlag. https://doi.org/10.1007/978-1-4612-3570-5_1

Le Blanc, M. (2003). La conduite délinquante des adolescents: son développement et son explication. In M. Leblanc, M. Ouimet, & D. Szabo. Traité de criminologie empirique. Montréal: Les Presses de l’Université de Montréal. https://doi.org/10.4000/books.pum.6658

Le Blanc, M. (2006). Self-control and social control of deviant behavior in context: development and interactions along the life course. In P. O. H. Wikström & R. J. Sampson (Eds.). The explanation of crime: context, mechanisms, and development. (pp. 195-242). Cambridge, UK: Cambridge University Press. https://doi.org/10.1017/cbo9780511489341.007

Maruschi, M. C., Estevão, R. & Bazon, M. R. (2013). Aplicação de medidas socioeducativas em adolescentes: Avaliação auxiliar às tomadas de decisão. Psicologia PUCRS, 44(3), 453-463.

Moffitt, T. E. (2018) Male antisocial behaviour in adolescence and beyond. Nature Human Behaviour, 2(3), 177-186. https://doi.org/10.1038/s41562-018-0309-4

Mulder, E., Vermunt, J., Brand, E., Bullens, R., & Marle, H. (2012). Recidivism in subgroups of serious juvenile offenders: Different profiles, different risks? Criminal Behaviour and Mental Health. https://doi.org/10.1002/cbm.1819

Mullis, R. L., Cornille, T. A., Mullis, A. K., & Huber, J. (2004). Female Juvenile Offending: A Review of Characteristics and Contexts. Journal of Child and Family Studies, 13(2), 205-218. http://dx.doi.org/10.1023/B:JCFS.0000015708.71295.2a

Onifade, E., Smith Nyandoro, A., Davidson II, W. S., & Campbell, C. (2010). Truancy and patterns of criminogenic risk in a young offender population. Youth Violence and Juvenile Justice, 8(1), 3-18. https://doi.org/10.1177/1541204009338251

Ortega-Campos, García-García & Armenta (2014). Meta-Analysis of juvenile criminal recidivism: Study of Spanish research. Revista Mexicana de Psicologia, 31(2), 111-123.

Piquero, A. R., Farrington, D. P., Nagin, D. S. & Moffitt, T. (2010). Trajectories of offending and their relation to life failure in late middle age: Findings from the Cambridge study in delinquent. Journal of research in crime and delinquency, 47(2), 151-173. https://doi.org/10.1177/0022427809357713

Reingle, J. M., Jennings, W. G., & Maldonado-Molina, M. M. (2012). Risk and protective factors for trajectories of violent delinquency among a nationally representative sample of early adolescents. Youth Violence and Juvenile Justice. https://doi.org/10.1177/1541204011431589

Rosenbaum, J. (2013). An examination of psychopathy, promischuity and other risky sexual behavior over time (tese de doutorado). University of Alabama, Alabama. Silva, J. L., Cianflone, A. R. L., & Bazon, M. R.

(2016) School bonding of adolescent offenders. Paidéia (Ribeirão Preto), 26, 91-100. https://doi.org/10.1590/1982-43272663201611

Thornberry, T. P. & Krohn, M. D. (2001). Development of Delinquency: An Internactional Perspective. Handbook of youth and justice, 289-305. https://doi.org/10.1007/978-1-4615-1289-9_15.

Uggen, C., & Staff, J. (2001). Work as a turning point for criminal offenders. Corrections management quarterly, 5(4), 1-16.

Urcelay G. P., Dalley J.W. (2011) Linking ADHD, Impulsivity, and Drug Abuse: A Neuropsychological Perspective. In Stanford C., Tannock R. (Eds). Behavioral Neuroscience of Attention Deficit Hyperactivity Disorder and Its Treatment. Current Topics in Behavioral Neurosciences (9). Springer, Berlin: Heidelberg. https://doi.org/10.1007/7854_2011_119

Wikstrom, P. H., Treiber, K. (2007) The Role of Self-Control in Crime Causation. European Journal of Criminology, 4(2), 237-264. https://doi.org/10.1177/1477370807074858

Downloads

Publicado

2019-12-31

Como Citar

Galinari, L. S., Vicari, I. D. A., & Bazon, M. R. (2019). Fatores associados ao cometimento de atos infracionais na adolescência. Psico, 50(4), e34094. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2019.4.34094

Edição

Seção

Artigos