Transição para educação infantil: estudo comparativo do processo de vinculação primária e secundária
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-8623.2020.2.34869Palavras-chave:
vinculação primária, vinculação secundária, apego, relação mãe-bebê, educação infantilResumo
O presente artigo buscou: 1) descrever e comparar: a) a qualidade do vínculo entre o bebê-mãe e bebê-educadora, aos nove e doze meses de vida; b) a percepção do temperamento do bebê pelas mães e educadoras e, 2) correlacionar os indicadores de vinculação com os escores obtidos nas escalas de temperamento. Participaram nove bebês e suas respectivas mães e duas educadoras que responderam a escala de temperamento e foram filmadas individualmente com os respectivos bebês, aos nove e doze meses. Os resultados indicaram a presença de vinculação primária com a mãe e secundária com a educadora, ambas satisfatórias. Não houve correlações entre temperamento e comportamentos interativos na interação mãe-bebê, mas foram observadas entre educadora-bebê. Embora o vínculo mãe-bebê seja mais forte, a qualidade estabelecida com as educadoras sugere que a transição para a educação infantil pode ser positiva.
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