Fatores psicológicos associados com comportamento sexual em adolescentes
O papel da autoestima e da autoeficácia
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-8623.2021.2.36084Palavras-chave:
preservativos, adolescência, autoeficácia, autoestima, religiosidadeResumo
A incidência de infecções sexualmente transmissíveis vem aumentando entre adolescentes brasileiros. Este estudo investigou a associação de autoestima, autoeficácia e outras variáveis psicossociais com o uso de preservativo e o início da vida sexual em adolescentes de Santa Maria, RS. Foram coletados dados com 452 adolescentes (57% meninas), de idade média de 16 anos (DP=1,4), usando o Questionário da Juventude Brasileira – Fase II. Desses, 52% haviam iniciado a vida sexual. Dentre os resultados, o uso de camisinha não esteve associado com a autoestima ou a autoeficácia no modelo de regressão logística, contrariando a hipótese principal. A autoeficácia associou-se com início da vida sexual, enquanto a religiosidade com sua não ocorrência. Já o apoio familiar esteve associado com início da vida sexual mais tardio. Os resultados sugerem a importância de analisar comportamentos sexuais separadamente, pois eles podem ter preditores distintos. Estudos futuros devem utilizar medidas de autoeficácia específicas para comportamentos sexuais e mensurar a importância atribuída aos comportamentos.
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