O luto antecipatório e as estratégias de enfrentamento de familiares nos Cuidados Paliativos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-8623.2023.1.39961

Palavras-chave:

Cuidados Paliativos;, Cuidadores;, Enfrentamento;, Família;, Luto.

Resumo

O luto antecipatório coloca os familiares frente à necessidade de articular estratégias de enfrentamento, diante das demandas nos Cuidados Paliativos. Neste estudo de abordagem qualitativa, objetivou-se caracterizar as estratégias de enfrentamento de familiares, no contexto dos Cuidados Paliativos e de luto antecipatório. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas com 14 familiares de pacientes em Cuidados Paliativos. Os dados foram analisados com base na Grounded Theory, com auxílio do software ATLAS.ti 7.5. Os resultados indicaram que as estratégias de enfrentamento foram atravessadas pelo processo marcado pelos significados atribuídos à morte, pelas conversações sobre esta, pelas implicações do processo de fim de vida, além do planejamento da morte. Observaram-se estratégias voltadas para a resolução de problemas, para contornar as emoções, com base nas relações interpessoais e na religiosidade/espiritualidade. Destaca-se a importância do reconhecimento de tais estratégias e de sua expressão, como indicadores do luto antecipatório, para melhor subsidiar as intervenções no contexto dos Cuidados Paliativos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cristine Gabrielle da Costa dos Reis, Faculdade Integrada de Santa Maria (FISMA), Santa Maria, RS, Brasil.

Doutora em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, SC, Brasil; mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em Santa Maria, RS, Brasil. Professora da Faculdade Integrada de Santa Maria (FISMA), em Santa Maria, RS, Brasil.

Carmen Leontina Ojeda Ocampo Moré, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil.

Doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em São Paulo, SP, Brasil. Professora Titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, SC, Brasil.

Marina Menezes, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil.

Doutora em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, SC, Brasil. Professora Adjunta na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, SC, Brasil.

Referências

Antoniazzi, A. S., Dell’Aglio, D. D., & Bandeira, D. R. (1998). O conceito de coping: uma revisão teórica. Estudos de Psicologia, 3(2), 273-294. https://doi.org/10.1590/S1413-294X1998000200006 DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-294X1998000200006

Bastos, A. C. S. B. (2019). Na iminência da morte: Cuidado Paliativo e Luto Antecipatório para crianças/adolescentes e os seus cuidadores [Tese de doutorado, Instituto de Psicologia, Universidade Federal da Bahia]. http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30441

Breen, L. J., O’ Connor, M., Howting, D., & Halkett, G. K. B. (2018). Family caregivers’ preparations for death: a qualitative analysis. Journal of Pain and Symptom Management, 55(6), 1473-1479. https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2018.02.018 DOI: https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2018.02.018

Coelho, A., Brito, M. de, Teixeira, P., Frade, P., Barros, L., & Barbosa, A. (2019). Family caregivers’ anticipatory grief: a conceptual framework for understanding it’s multiple challenges. Qualitative Health Research, 00(0) 1–11. https://doi.org/10.1177/1049732319873330 DOI: https://doi.org/10.1177/1049732319873330

Dadalto, L., Tupinambás, U., & Greco, D. B. (2013). Diretivas antecipadas de vontade: um modelo brasileiro. Revista Bioética, 21(3), 463-476. https://doi.org/10.1590/S1983-80422013000300011 DOI: https://doi.org/10.1590/S1983-80422013000300011

Fonseca, J. P. (2004). Luto antecipatório. Livro Pleno. Franco, M. H. P. (2014). Luto antecipatório em cuidados paliativos. In M. H. P. Franco, & K. K. Polido, Atendimento psicoterapêutico no Luto (pp. 26-35). Zagodoni. Folkman, S. (2010). Stress, coping, and hope. Psycho-Oncology, 19, 901-908. http://doi.org/10.1002/ pon.1836

International Association for Hospice and Palliative Care (2018). Global Consensus based palliative care definition. https://hospicecare.com/what-we-do/projects/consensus-based-definition-of-palliative-care/definition

Lima, C. P., & Machado, M. A. (2018). Cuidadores principais ante a experiência da morte: seus sentidos e significados. Psicologia: Ciência e Profissão, 38(1), 88-101. https://doi.org/doi:10.1590/1982-3703002642015 DOI: https://doi.org/10.1590/1982-3703002642015

Luna, I. J., & Moré, C. L. O. O. (2020). Redes pessoais significativas e os recursos de enfrentamento no luto. Saúde & Transformação Social, 11(1), 91-104. http://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/saudeetransformacao/-article/view/5337

Moon, P. J. (2016). Anticipatory grief: a mere concept? American Journal of Hospice and Palliative Medicine, 33(5), 417-420. https://doi.org/10.1177/1049909115574262 DOI: https://doi.org/10.1177/1049909115574262

Overton, B. L., & Cottone, R. R. (2016). Anticipatory grief: a family systems approach. The Family Journal: Counseling and Therapy for Couples and Families, 24(4), 430-432. https://doi.org/doi: 10.1177/1066480716663490 DOI: https://doi.org/10.1177/1066480716663490

Özdemir F., Doğan S., Timuçin Atayoğlu A. (2020). Psychosocial problems of family caregivers of palliative care patients and their spiritual coping styles. Perspectives in Psychiatric Care, 56, 636–641. https://doi.org/10.1111/ppc.12479ÖZDEMIRET AL.|641 DOI: https://doi.org/10.1111/ppc.12479

Panzini, R. G., & Bandeira, D. R. (2007). Coping (Enfrentamento) religioso/espiritual. Revista de Psiquiatria Clínica, 34(1), 126-135. https://doi.org/ 10.1590/S0101-60832007000700016 DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-60832007000700016

Rolland, J. S. (1990). Anticipatory loss: a family systems developmental framework. Family Process, 29, 229-224. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2209827 DOI: https://doi.org/10.1111/j.1545-5300.1990.00229.x

Rolland, J. S. (2001). Doença crônica e o ciclo de vida familiar. In B. Carter, & M. McGoldrick (Eds.), As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar (2. ed., pp. 393-408). Artmed.

Sluzki, C. E. (1997). A rede social na prática sistêmica: alternativas terapêuticas. Casa do Psicólogo.

Strauss, A., & Corbin, J. (2008). Pesquisa qualitativa: Técnicas e procedimentos para o desenvolvimento de teoria fundamentada (2. ed.). Artmed.

Turato, E. R. (2013). Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa (6. ed.). Vozes.

Wottrich, S. H. (2016). Dinâmica relacional da rede pessoal significativa no contexto da cirurgia cardíaca: Perspectiva de pacientes pós-cirúrgicos e médicos [Tese de doutorado]. https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/167824

Downloads

Publicado

2023-11-21

Como Citar

da Costa dos Reis, C. G., Ojeda Ocampo Moré, C. L., & Menezes, M. (2023). O luto antecipatório e as estratégias de enfrentamento de familiares nos Cuidados Paliativos. Psico, 54(1), e39961. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2023.1.39961

Edição

v. 54 n. 1 (2023): Volume Único - Publicação em Fluxo Contínuo

Seção

Artigo de Revisão

Licença

Copyright (c) 2023 Psico

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Direitos Autorais

A submissão de originais para a Psico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Psico como o meio da publicação original.

Licença Creative Commons

Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.