Banguê: ensaio interpretativo de caracterização
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-864X.1980.2.30625Resumo
Numa análise do romance modernista brasileiro, a produção literária de José Lins do Rêgo é bem importante. Na sua obra, são evidentes os elementos recorrentes do regíonalísmee a oralídade, o tradicionalismo, e o primitivismo, os quais se combinam para produzir uma visão sintética da existência socio-estética da região nordestina. No «Ciclo da Cana-de-Açúcar,» série que Lins começou em 1932 com Menino de Engenho e terminou com Usina em 1936, ele desenvolve sua cosmivisão duma sociedade em transição. É um mundo de luta entre a sensibilidade estética e a realidade economica; entre o idealismo intelectual e a cobiça material.
O estudo atual investiga o processo da caraterízação em Bangüê, romance que é considerado como o central, ou pivot, do «Ciclo», para analisar os seus personagens como entidades estéticas antes que simbolos socio-econômicos. O comentário foca o desenvolvimento do protagonista Carlos de MeIo no contexto da narrativa tripartida do livro: «O Velho José Paulíno», «Maria Alíce», e «Banguüê». O perfil psicológico do Carlos, homem abúlico, é um esboço literário superior: seu amor com Maria Alice, a tensão entre ele e Zé Marreira, e sua morte psicológica e fuga refletem a habilidade artística geral de Lins do Rêgo, e sua compreensão da condição humana. Examinamos, também as relações entre Carlos e outras pessoas; e os vários recursos estiliticos que utiliza Lins para desenvolver estas relações. Em poucas palavras. tais aspectos focam a arte literária de Lins de perspectivas que seus criticos tipicamente não reconhecem.
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