Relações perigosas: autoajuda, mídia e biopoder
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2012.2.12316Palavras-chave:
Autoajuda, mídia, subjetividade, capitalismo, biopoderResumo
O fenômeno da autoajuda merece o interesse dos pesquisadores de comunicação. Sua visibilidade imediata é a quantidade de publicações que vem produzindo no Brasil e no mundo com tiragens surpreendentes; além disto, contagia gêneros literários, conquista a área do audiovisual e gera comportamentos sociais, como a nova moda da Cabala e das religiões orientais. Este sucesso se vincula à atualidade do capitalismo onde o homem deve ser um empreendedor de si mesmo, desenvolvendo competências que valorizem o seu biocapital e abandonando hábitos que o depreciem. A autoajuda apresenta-se com dois nichos de objetivos, um ligado ao alimento para a alma, cujas palavras-chave seriam: autoestima, autoconhecimento, bem estar e felicidade; e o segundo de natureza pragmática, identificado por sucesso, dinheiro, prestígio, beleza e saúde. Dessa maneira, realiza uma operação de marketing, uma narrativa motivacional compatível com o biopoder.Downloads
Referências
BAUER, Martin W.; GASKELL, Georges. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Petrópolis: Vozes, 2003.
BOLTANSKI, Luc; CHIAFELLO, Éve, O novo espírito do capitalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
BRAGANÇA DE MIRANDA, José. A cultura como problema. In: Tendências da Cultura Contemporânea, revista de Comunicação e Linguagens, Lisboa: Relógio d’Água, n. 28, out. 2000.
BUKATMAN, Scott. Terminal identity – The virtual subject in post-modern science fiction. New York: Duke University Press, 1993.
CANGUILLEN, Georges. La santé: concept vulgaire et question philosophique. Paris: Sable, 1990.
CASTEL, Robert. A insegurança social: o que é ser protegido? Rio de Janeiro: Vozes, 2003.
DOUGLAS, Mary. Pureza e perigo. Lisboa: Edições 70, 1991.
EHRENBERG, Alain. La fatigue d´être soi. Paris: Odile Jacob, 2000.
______. La societé du malaise, Paris: Odile Jacob, 2010.
FOUCAULT, Michel. A vontade de saber, História da Sexualidade I. Rio de Janeiro: Graal, 1984.
______. Le Souci de Soi – Histoire de la Sexualité III. Paris: Gallimard, 1984.
______. Naissance de la biopolitique, Cours au Collège de France, 1978-1979. Paris: Gallimard-Seuil, 2004.
FREIRE FILHO, João (Org.). Ser feliz hoje: reflexões sobre o imperativo da felicidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.
MANSFIED, Nick. Theories of the self from Freud to Haraway. New York: New York University Press, 2000.
MOSCOVICI, Serge. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
RABINOV, Paul. Artificiality and Enlightment, from sociobiology to biosociality. New Jersey: Princeton University Press, 1996.
ROSE, Nicholas. The politics of life itself. Biomedicine, power and subjetctivity in the twenty-first century. New Jersey: Princeton University Express, 2007.
SALMON, Christian. Kate Moss machine. Paris: Ed de la Découverte, 2010.
SLOTERDIJK, Peter. Regras para o parque humano. São Paulo: Estação Liberdade, 2000.
STEINER, Georges (Org.). A ciência terá limites? Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2008.
TAYLOR, Charles. As fontes do self: a construção da identidade moderna. Rio de Janeiro: Loyola, 1997.
TUCHERMAN, Ieda. Breve história do corpo e de seus monstros. Lisboa: Veja, 1999.
______. Biopolítica, mídia e autoajuda: segredo ou sintoma?Revista Galáxia, PUC-SP, 2010.
Downloads
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Derechos de Autor
La sumisión de originales para la Revista Famecos implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a Revista Famecos como el medio de la publicación original.
Creative Commons License
Excepto donde especificado de modo diferente, se aplican a la materia publicada en este periódico los términos de una licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional, que permite el uso irrestricto, la distribución y la reproducción en cualquier medio siempre y cuando la publicación original sea correctamente citada.