O princípio iterativo na arte dos quadrinhos: aproximações narratológicas a uma poética da repetição
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2020.1.34008Palavras-chave:
Iteração, Narratologia, QuadrinhosResumo
Adotamos um olhar narratológico para pensar os quadrinhos como meio eminentemente iterativo. Com esse fim, investigamos dois regimes da repetição na “nona arte”: primeiramente, examinamos as modalidades da iteração como partes do emprego narratologicamente eficaz do “sistema espaço-tópico” dos quadrinhos (com as suas incidências estruturais e funcionais para a produção da intriga, em itens tais como os da sintaxe lógica das ações, das estratégias retóricas da exposição narrativa e dos padrões de frequência e andamento da representação dos acontecimentos); em seguida, avaliaremos a iteração como parte de programas poéticos mais específicos na arte dos quadrinhos, e que singularizam a performance dessas operações discursivas com a repetição, configurando marcas autorais ou de escolas mais recentes da arte sequencial, reunidos como traços de uma possível estilística narrativa baseada na iteratividade (e comprometida com a valorização de universos temáticos tais como o do tédio).
Downloads
Referências
ARISTÓTELES. Poética. Tradução e comentários de Eudoro de Souza. Lisboa: Casa da Moeda, 1992.
BAETENS, J. Comic strips and constrained writing. Image [&] Narrative, [s. l.], v. 7, out. 2003.
BAETENS, J.; SURDIACOURT, S. European graphic narratives: toward a cultural and mediological history. From comic strips to graphic novels: contributions to the theory and history of graphic narrative, [s. l.], v. 37, 2013.
BARBIERI, D. As linguagens dos quadrinhos. São Paulo: Editora Peirópolis LTDA, 2017.
BARONI, R. La tension narrative. Paris: Seuil, 2006.
BARTHES, R. Introduction à l’analyse structural du récit. Communications, [s. l.], v. 8, p. 1-27, 1966. https://doi.org/10.3406/comm.1966.1113.
BARTHES, R. L’effet de réel. Communications, [s. l.], v. 11, 1968. https://doi.org/10.3406/comm.1968.1158.
BARTHES, R. A aventura semiológica. Tradução de Mário Laranjeira. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
BENJAMIN, W. A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.
BREMOND, C. Logique du récit. Paris: Seuil, 1973.
BRUNETTI, I. Schizo #4. Seattle: Fantagraphics, 2006.
CALABRESE, O. Neo-Baroque: a sign of the times. Nova Jersey: Princeton University Press, 1992.
CALINESCU, M. ReReading. New Haven, CT: Yale University Press, 1993.
COOK, R.T. Why Comics Are Not Films: Metacomics and Medium-Specific Conventions. The art of comics: a philosophical approach, [s. l.], p. 165-187, 2012. https://doi.org/10.1002/9781444354843.ch9.
DELEUZE, G. Diferença e repetição. Graal: Rio de Janeiro, 1988.
ECO, U. A estrutura ausente: introdução à pesquisa semiológica. [s. l.: s. n.]: 1976.
ECO, U. Innovation and repetition: Between modern and post-modern aesthetics. Daedalus, [s. l.], v. 114, n. 4, p. 161-184, 1985.
GENETTE, G. Figuras III. São Paulo: Estação Liberdade, 2017.
GOODMAN, N. Languages of art. Indiana: Hacket, 1968.
GROENSTEEN, T. Bande dessinée et narration. Paris: PUF, 2011.
GROENSTEEN, T. O Sistema dos Quadrinhos. São Paulo: Marsupial, 2015.
HORSTKOTTE,S.; PEDRI, N. Focalization in graphic narrative. Narrative, [s. l.], v. 19, n. 3, p. 330-357, 2011. https://doi.org/10.1353/nar.2011.0021.
KUKKONEN, K. Comics as a test case for transmedial narratology. SubStance, [s. l.], v. 40, n. 1, p. 34-52, 2011. https://doi.org/10.1353/sub.2011.0005.
LEFÈVRE, P. Some medium-specific qualities of graphic sequences. SubStance, [s. l.], v. 40, n. 1, p. 14-33, 2011.
https://doi.org/10.1353/sub.2011.0007.
MIKKONEN, K. The narratology of comic art. Londres: Routledge, 2017. https://doi.org/10.4324/9781315410135.
NDALIANIS, A. Neo-Baroque aesthetics and contemporary entertainment. Cambridge, MA: MIT Press, 2004. https://doi.org/10.7551/mitpress/4912.001.0001.
PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
PEETERS, B. Between writing and image: a scriptwriter’s way of working. European Comic Art, v. 3, n. 1, p. 105-116, 2010. https://doi.org/10.3828/eca.2010.7.
PICADO, B. Disjonction, iteration, sérialisation, curiosité: l’unité épisodique du gag visuel dans l’humour graphique. Cahiers de Narratologie, [s. l.], 34, 2018. Disponível em: http://journals.openedition.org/narratologie/8970. Acesso em: 25 mar. 2019. https://doi.org/10.4000/narratologie.8970.
PICADO, B. e ARAÚJO, J. M. Actions, disjunctions, and passions in graphic narratives: narrative virtualities in The adventures of Tintin. In: SANDERS, Suttliff Sanders (org.). The comics of Hergé: when the lines are not so clear. [S. l.]: Mississipi University Press, 2016. p. 33-46. https://doi.org/10.14325/mississippi/9781496807267.003.0003.
RIMMON-KENAN, S. The paradoxical status of repetition. Poetics Today, [s. l.], v. 1, n. 4, p. 151-159, 1980. https://doi.org/10.2307/1771892.
SCHNEIDER, G. What happens when nothing happens: boredom and everyday life in contemporary comics. Leuven: Leuven University Press, 2016.
STEIN, D.; THON, J-N. From comic strips to graphic novels: contributions to the theory and history of graphic narrative. Berlim: Walter de Gruyter GmbH & Co KG, 2015. https://doi.org/10.1515/9783110427660.
SURDIACOURT, S. Comics and storytelling: towards a mediumspecific narratology. 2015. Tese de Doutorado – Faculteit Letteren, Katholieke Universiteit Leuven, Leuven.
TEIXEIRA, J. S. O cânone nos comics. RUA – Revista Universitária Audiovisual, [s. l.], 2012.
TOOLAN, M. Making sense of narrative text: Situation, repetition, and picturing in the reading of short stories. Londres: Routledge, 2016. https://doi.org/10.4324/9781315622965.
VALÉRY, P. Variedades. São Paulo: Editora Iluminuras Ltda, 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Revista FAMECOS

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Derechos de Autor
La sumisión de originales para la Revista Famecos implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a Revista Famecos como el medio de la publicación original.
Creative Commons License
Excepto donde especificado de modo diferente, se aplican a la materia publicada en este periódico los términos de una licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional, que permite el uso irrestricto, la distribución y la reproducción en cualquier medio siempre y cuando la publicación original sea correctamente citada.