Respeitem meus cabelos, brancos: música, política e identidade negra
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2012.1.11350Palavras-chave:
Música popular, identidade negra, Chico CésarResumo
A música popular é um artefato midiático através do qual são negociados socialmente pensamentos, valores, ações e estratégias de identidade individual e coletiva. Neste artigo, analisaremos as nuances discursivas que integram a canção Respeitem meus cabelos, brancos, de Chico César. Parte-se da hipótese de que por trás de um discurso militante e acusatório revelam-se diversas ambiguidades discursivas que integram a posição do autor sobre identidade negra. Os debates atuais sobre racismo acionam um posicionamento dicotômico (brancos x negros), presente na letra, mas relativizado pela ironia do uso não ortodoxo do reggae, pela ambiguidade da capa do CD, pela indefinição tonal e pelo criativo uso da vírgula, que condensa toda uma gama de deslocamentos interpretativos, contribuindo densa e criticamente para o pensamento atual sobre negritude no Brasil.Downloads
Referências
BLACKING, John. Music, culture and experience. Chicago, EUA: Chicago University Press, 1995.
CARVALHO, José Jorge de. Black music of all colors. Série Antropologia n. 145. Departamento de Antropologia da UnB. Brasília: Unb, 1993. Disponível em: http://vsites.unb.br/ics/dan/serie_antro.htm Acesso em: 15
jun. 2009.
COUTINHO, Eduardo. Velhas histórias, memórias futuras. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2001.
FABBRI, Franco. A theory of musical genres: two applications. In: Horn, David; Tagg, Philip (Org.). Popular music perspectives. IASPM, Göteborg & Exeter, 1982.
FRY, Peter. O que a Cinderela Negra tem a dizer sobre a “política racial” no Brasil. Revista da USP, n. 28. São Paulo: EdUSP, p. 122-135, 1996.
GILROY, Paul. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Ed. 34, 2001.
GOMES, Nilma Lino. Sem perder a raiz. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003.
HEBDIGE, Dick. Subculture: the meaning of style. Reino Unido: Routledge, 2009.
HOBSBAWM, Eric. História social do jazz. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
JANOTTI JUNIOR, Jeder. Música popular massiva e gêneros musicais. In: XV Compós, 2006, Bauru. Anais... Bauru: UNESP, 2006.
KELLNER, Douglas. A cultura da mídia. Bauru, SP: EDUSC, 2001.
MERCER, Kobena. Black hair/style politics. New Formations, Londres: Lawrence & Wishart, n. 3. p. 33-54, 1987.
ORTIZ, Renato. A diversidade dos sotaques. São Paulo: Brasiliense, 2008.
ROMMEN, Timothy. Protestant vibrations? Reggae, Rastafari and conscious Evangelicals. Popular music, Cambridge: Cambridge University Press, v. 25, n. 2, p. 235-263, 2006.
SANDRONI, Carlos. O feitiço decente. Rio de Janeiro: EdUFRJ/Zahar, 2001.
SANSONE, Livio. Negritude sem etnicidade. Salvador: EDUFBA, 2007.
SCHWARCZ, Lília M. Raça sempre deu o que falar [Prefácio]. In: Fernandes, Florestan. O negro no mundo dos brancos. São Paulo: Global, 2007.
SODRÉ, Muniz. Samba, o dono do corpo. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.
SOVIK. Liv. Aqui ninguém é branco. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2009.
TATE, Shirley. Black beauty. Inglaterra/EUA: Ashgate Publishing, 2009.
TITLER, Johathan. Approximately irony. Modern Language Studies, Reino Unido: Oxford University Press, v. 15, n. 2, p. 32-46, 1985.
Downloads
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Derechos de Autor
La sumisión de originales para la Revista Famecos implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a Revista Famecos como el medio de la publicación original.
Creative Commons License
Excepto donde especificado de modo diferente, se aplican a la materia publicada en este periódico los términos de una licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional, que permite el uso irrestricto, la distribución y la reproducción en cualquier medio siempre y cuando la publicación original sea correctamente citada.