Sobre a diversidade de sentidos de comunidade
Keywords:
Comunidade, participação comunitária, processos relacionaisAbstract
Rosalina Carvalho da SilvaCristiane Paulin Simon
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP)
Nosso objetivo neste trabalho foi realizar algumas reflexões sobre as implicações da expansão do uso do termo comunidade e sua diversidade de sentidos. Pretendemos discutir os usos indiscriminados do termo nem sempre acompanhados da devida reflexão e crítica. A partir das perspectivas da sociologia, saúde e psicologia social identificamos que o termo ainda permanece arraigado aos ideais de comunidades naturais próprios aos períodos do feudalismo e do pós-revolução industrial. Esta concepção pode camuflar formas impositivas de trabalho em muitos dos quais o termo comunidade é empregado praticamente como sinônimo de população-alvo e participação comunitária é vista meramente como freqüência às atividades propostas por profissionais que determinam quem são as comunidades. Comprometem-se assim, as práticas emancipatórias. Para repensarmos comunidades, hoje, consideramos necessário relevar os aspectos processuais relacionais, dialógicos e identitários em constantes mudanças. Assim, a condição de comunidade extrapola a delimitação geográfica para as possibilidades de pertencimento e participação através dos espaços simbolicamente delimitados.
Palavras-chave: Comunidade; participação comunitária; processos relacionais.
ABSTRACT
About the diversity of community meanings
Our objective in this work was to reflect on the implications about the use of the term community and its diversity, arguing the indiscriminate use of the term not always accompanied of the proper reflection and criticism. On the scope of sociology, health and social psychology , the term community still remains associated to the idea of natural communities of the feudalism and post-industrial revolution periods. This conception can hide non-democratic professional interventions, in which the term community is used practically as synonym of population-target; and community participation merely as frequency to the proposed activities. Only the professionals make the definition of community. In this way, they give no opportunity to real emancipatory practices. Nowadays, to rethink communities is necessary to consider the processual aspects: relational, dialogic, and identitary aspects which are in permanent change. Thus, the community idea extrapolates geographical delimitation for inclusion of participation possibilities through symbolically defined spaces.
Key words: Community; community participation; relational processes.
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