Relação Entre Espiritualidade, Religião e Qualidade de Vida em usuários da Atenção Primária à Saúde
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-8623.2025.1.42189Palavras-chave:
doenças crônicas não transmissíveis, atenção primária à saúde, funções essenciais da saúde pública, espiritualidade, qualidade de vida.Resumo
Nos últimos anos, o crescente aumento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis tem suscitado a realização de estudos que abordem a temática Espiritualidade/Religiosidade, na busca por estratégias de enfrentamento à cronicidade, que auxiliem o indivíduo na melhora da Qualidade de Vida. Este estudo busca avaliar a relação entre a Qualidade de Vida/Espiritualidade/Religiosidade e o perfil sociodemográfico e clínico de usuários com Doenças Crônicas Não Transmissíveis, assistidos na atenção primária à saúde. Para isso, fez-se um estudo transversal, desenvolvido com indivíduos diagnosticados com Doenças Crônicas Não Transmissíveis, em um município do noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. A coleta dos dados foi realizada por meio de questionário sociodemográfico e clínico e pelo instrumento WHOQOL-SRPB, que avalia de que forma a Espiritualidade/Religiosidade e crenças pessoais se relacionam com a Qualidade de Vida. Participaram do estudo 216 usuários e, destes, 141 (65,3%) eram do sexo feminino, 68 (31%) tinham entre 61 e 70 anos, 121 (56%) possuíam ensino fundamental incompleto ou eram não alfabetizados, 108 (50%) tinham menos de um ano até três anos de tempo de doença. Ao correlacionar os dados sociodemográficos e clínicos com as facetas do WHOQOL-SRPB identificou-se diferença estatística significativa em quase todas as facetas, ao menos em uma variável, com exceção da faceta Esperança e Otimismo, em que não houve diferença estatística em nenhuma variável. O perfil dos usuários portadores de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, assistidos na Atenção Primária à Saúde, é religioso/espiritual e faz-se importante estimular a Espiritualidade/Religiosidade na prática clínica, uma vez que essa dimensão auxilia no enfrentamento das doenças e pode influenciar positivamente na Qualidade de Vida e enfrentamento da condição de cronicidade dos indivíduos.
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