“Aqui é uma casa masculina!”: Juventude “trans” e socioeducação
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-5694.2020.1.35321Palavras-chave:
Privação de Liberdade. Diversidade de Gênero.Resumo
Este artigo visa dar visibilidade a uma questão pouco discutida, tanto no meio científico quanto no âmbito das políticas públicas, tendo como ponto de partida, o ingresso de uma adolescente transgênero em uma unidade de cumprimento de medida socioeducativa da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande Sul (Fase-RS), destinada exclusivamente a homens (adolescentes e jovens adultos) cisgênero com idade de 12 a 21 anos. Focada na trajetória de Rosa, a pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso a partir do qual interrogamos como as instituições e as leis incidiram sobre a trajetória socioeducativa da jovem em questão. Constatou-se a falta de um programa específico para a população LGBT na política nacional e nas instituições locais, o que resulta na falta de orientação técnica das equipes para acolher esses jovens, dando margem para todos os tipos de discricionaridades.
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