Agenda ecológica e o sul global: crescimento, justiça ambiental e dívida ecológica
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-5694.2019.1.33364Palavras-chave:
Crise Ambiental, Organizações multilaterais, Desenvolvimento sustentável, Justiça Ambiental, Dívida ecológica.Resumo
presente artigo parte do pressuposto de que a agenda ambiental se inscreve no interior da luta de poder do Sistema Internacional e se interessa pela sua interseção com os embates entre os países do Norte e do Sul Global. Em específico, ele discute a construção da visão destes dois blocos sobre as relações entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Ainda que o conceito de desenvolvimento sustentável tenha sido capaz de superar
as suas posições antagônicas e evitar o boicote dos países do Sul à agenda implementada pela ONU, ele representou um ganho da ideia de crescimento econômico sobre as propostas de descrescimento e de redistribuição. Ainda, ele permitiu a manutenção do descaso dos países do Norte e do Sul a respeito de ideias como Justiça Ambiental e dívida ecológica. Para os países do Sul, em especial, isso representa uma ocasião perdida na luta contra a reprodução de desigualdades sistêmicas e internas, reforçando, assim, a sua posição de dependência em relação ao Norte.
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