Disputa entre regimes de visibilidade em videoclipes de Pe. Fábio de Melo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2025.1.47062

Palavras-chave:

cultura pop, religião, videoclipe, performance.

Resumo

Este artigo teve como objetivo analisar as práticas midiáticas de agentes do catolicismo, particularmente sacerdotes, em sua articulação com as lógicas e formatos da cultura pop, tendo como questão de pesquisa analisar se, nesta relação, estão sendo produzidas transformações significativas nas convenções imagéticas, estéticas, discursivas e performáticas que historicamente organizam a presença do catolicismo na cultura. Para tanto, tomou-se como objetos de análise dois videoclipes do padre Fábio de Melo, Proteção (2017) e Perfeita Contradição (2015). Metodologicamente, esta investigação utilizou as categorias residual, dominante e emergente da abordagem culturalista de Williams (1979) para analisar como as permanências e transformações nas convenções midiáticas do catolicismo em torno desse fenômeno foram examinadas, assim como as classificações do visível como ídolo ou ícones a partir dos pressupostos de Mondzain (2015). Como resultado, pôde-se verificar que a apropriação dos recursos, lógica e gramática da cultura pop para organizar a interação midiática e desenvolver produtos expressivos na obra de Fábio de Melo sinaliza a existência de uma tensão entre as experiências disponíveis na cultura religiosa tradicional e as brechas abertas no horizonte por novas formas de participar da cultura

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Biografia do Autor

Caio Barbosa, Pesquisador autônomo, Salvador, BA, Brasil.

Doutor e mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, BA, Brasil. Estágio doutoral no Laboratório de História dos Sistemas de Pensamento do IDEA Programa de Estudos Avançados do PPGCOM UFRJ. Pesquisador autônomo em Salvador, BA, Brasil.

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Publicado

2025-05-20

Como Citar

Barbosa, C. (2025). Disputa entre regimes de visibilidade em videoclipes de Pe. Fábio de Melo. Revista FAMECOS, 32(1), e47062. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2025.1.47062

Edição

Seção

Indústria Criativa