"A TV voltando a ser TV”

a convergência do streaming de vídeo com práticas televisivas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2025.1.46764

Palavras-chave:

televisão, streaming de vídeo, propaganda, ao vivo, convergência

Resumo

O artigo examina a adoção de práticas televisivas pelos serviços de streaming de vídeo, contestando discursos iniciais de ruptura com a TV. Analisa-se aqui transformações recentes no mercado televisivo, tais como a reintrodução de elementos como propagandas, pacotes de assinatura e transmissões ao vivo nos serviços de vídeo sob demanda por assinatura (SVODs), que refletem a busca por sustentabilidade financeira e retenção de público. A fluidez atual do conceito de televisão torna inadequada a ideia de evolução linear dos modelos televisivos, observando-se uma coexistência e crescente hibridização de modelos e práticas. Os serviços de streaming, ao adotarem práticas televisivas, desafiam as previsões sobre o fim da TV, ressaltando a necessidade de uma compreensão mais nuançada do meio televisivo na era digital.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Melina Meimaridis, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil.

Doutora e mestre em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, RJ, Brasil. Bolsista de pós-doutorado nota 10, no PPGCOM UFF, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa (FAPERJ) – Processo SEI 260003/014840/2021.

Bruno Campanella, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil.

Doutor em Comunicação e Cultura pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Professor associado do Departamento de Estudos Culturais e Mídia e do PPGCOM, da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, RJ, Brasil.

Referências

BOURDON, Jérôme. Is the end of television coming to an end? VIEW Journal of European Television History and Culture, [s. l.], v. 7, n. 13, p. 80-95, 2018. DOI: https://doi.org/10.18146/2213-0969.2018.jethc144

BUONANNO, Milly. Thematic issue on the end of television (not yet): Editor’s introduction. Media and Communication, [s. l.], v. 4, n. 3, p. 95-98, 2016. DOI: https://doi.org/10.17645/mac.v4i3.661

CALDWELL, John T. Televisuality: Style, crisis, and authority in American television. [s. l.]: Rutgers University Press, 1995.

CAMPANELLA, Bruno; ALMEIDA, Melissa. ‘Ao vivo’ na televisão e sua (re)valorização na era multiplataforma. In: SANTAELLA, Lucia; MASSAROLO, João; NESTERIUK, Sérgio (org.). Desafios da transmídia: processos e poéticas. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2018. p. 10-29.

CANNITO, Newton. A televisão na era digital: interatividade, convergência e novos modelos de negócio. São Paulo, Summus Editorial, 2010.

CARLÓN, Mario. Repensando os debates anglo-saxões e latino-americanos sobre o “fim da televisão”. In: CARLÓN, Mario; FECHINE, Yvana (org.). O Fim da Televisão. Tradução de Diego Andres Salcedo. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2014. p. 11-33.

CASETTI, Francesco; ODIN, Roger. Da Paleo à Neo-Televisão: uma abordagem semiopragmática. Ciberlegenda, [s. l.], n. 27, p. 8-22, 2012. DOI: https://doi.org/10.22409/c-legenda.v0i27.26264

CASTELLANO, Mayka; MEIMARIDIS, Melina. Netflix, discursos de distinção e os novos modelos de produção televisiva. Contemporânea Revista de Comunicação e Cultura, [s. l.], v. 14, n. 2, p. 193-209, 2016.

CASTELLANO, Mayka; MEIMARIDIS, Melina. A “televisão do futuro”? Netflix, qualidade e neofilia no debate sobre TV. Matrizes, [s. l.], v. 15, n. 1, p. 195-222, 2021. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v15i1p195-222

COULDRY, Nick. Media, Society, World: Social Theory and Digital Media Practice. Cambridge: Polity, 2012.

ECO, Umberto. Viagem na irrealidade cotidiana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

ELLIS, John. Seeing Things. Television in the Age of Uncertainty. New York: I.B. Tauris 2000. DOI: https://doi.org/10.5040/9780755604784

FECHINE, Yvana. “Elogio à programação: repensando a televisão que não desapareceu”. In: CARLÓN, Mario; FECHINE, Yvana (org.). O Fim da Televisão. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2014. p. 114-131.

FEUER, Jane. The concept of live television. Ontology as ideology. In: KAPLAN Ann (ed.). Regarding television. Los Angeles: American Film Institute, 1983. p. 12–21.

FRITH, Simon. The pleasures of the heart. In: JAMESON, Fredric. (ed.). Formations of pleasure. London: Routledge, 1983. p. 101-123.

GRIPSRUD, Jostein. Television, Broadcasting, Flow: Key Metaphors in TV Theory. In: GERAGHTY, Christine; LUSTED, David. Television Studies Book. London: Arnold, 1998. p. 17-32.

HILL, Annette. Media experiences: Engaging with drama and reality television. New York: Routledge, 2019. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203103531

JOHNSON, Catherine. Provocation: An agenda for the future of TV studies: Technology, audiences, stakeholders. Critical Studies in Television, [s. l.], p. 1-16, 2024. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/17496020241308763. Acesso em: 28 mar. 2025. DOI: https://doi.org/10.1177/17496020241308763

KATZ, Elihu. And deliver us from segmentation. The Annals of the American Academy of Political and Social Science, [s. l.], v. 546, n. 1, p. 22-33, 1996. DOI: https://doi.org/10.1177/0002716296546001003

KELLY, J. P. “This title is no longer available”: Preserving television in the streaming age. Television & new media, [s. l.], v. 23, n. 1, p. 3-21, 2022. DOI: https://doi.org/10.1177/1527476420928480

KELSO, Tony. And now no word from our sponsor: How HBO puts the risk back into television. In: LEVERETTE, Marc; OTT, Brian L.; BUCKLEY, Cara Louise (ed.). It’s not TV: Watching HBO in the post-television era. New York: Routledge, 2008. p. 46-64.

LADEIRA, João M. D. Telecomunicações e audiovisual: Comcast Peacock, aplicativos de streaming e concentração diversificada. Comunicação & Sociedade, [s. l.], v. 45, n. 2, p. 161-185, 2023. DOI: https://doi.org/10.15603/2176-0985/cs.v45n2p161-185

LOTZ, Amanda D. Media disrupted: Surviving pirates, cannibals, and streaming wars. Massachusetts: MIT Press, 2021. DOI: https://doi.org/10.7551/mitpress/13868.001.0001

LOTZ, Amanda D. Netflix and streaming video: The business of subscriber-funded video on demand. Cambridge: Polity Press, 2022.

MACHADO, Arlindo. Fim da televisão? Revista FAMECOS, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 86-97, 2011. DOI: https://doi.org/10.15448/1980-3729.2011.1.8799

MEIMARIDIS, Melina. Revendo a hegemonia da TV brasileira: o streaming de vídeo como força disruptiva na indústria televisiva nacional. Revista GEMInIS, [s. l.], v. 14, n. 2, p. 4-29, 2023. DOI: https://doi.org/10.53450/2179-1465.RG.2023v14i2p04-29

MUANIS, Felipe. Entre imprecisões e retórica: em busca de uma definição mais ampla de televisão. In: LADEIRA, João M. D. (ed). Televisão e Cinema: o Audiovisual Contemporâneo em Múltiplas Vertentes. Rio de Janeiro: Folio Digital: Letra e Imagem. p. 9-31, 2018.

NETFLIX. 2019 Second Quarter Earnings - Letter to Shareholders. Netflix Investors, [s. l.] 19 jul. 2019. https://s22.q4cdn.com/959853165/files/doc_financials/quarterly_reports/2019/q2/Q2-19-Shareholder-Letter-FINAL.pdf. Acesso em: 21 jun. 2024.

PEARSON, Roberta. Fandom in the digital era. Popular communication, [s. l.], v. 8, n. 1, p. 84-95, 2010. DOI: https://doi.org/10.1080/15405700903502346

POSSEBON, Samuel. A Claro e a missão de reinventar a TV. Telaviva, 1 out. 2024. Disponível em: https://telaviva.com.br/01/10/2024/a-claro-e-a-missao-de-reinventar-a-tv/ Acesso em: 1 fev. 2025.

RIOS, Daniel. Diversidade e dependência: Netflix e o campo de produção de séries no Brasil. 2024. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2024.

ROBINSON, Mary Jean. Television on demand: Curatorial culture and the transformation of TV. New York: Bloomsbury, 2017. DOI: https://doi.org/10.5040/9781501300288

ROTH, Emma. Disney reportedly wants to bring always-on channels to Disney Plus. The Verge, [s. l.],15 abr. 2024. Disponível em: https://www.theverge.com/2024/4/15/24131034/disney-plus-fast-channels-streaming. Acesso em: 1 fev. 2025.

SANTO, Avi. Para-television and discourses of distinction: The culture of production at HBO. In: LEVERETTE, Marc; OTT, Brian L.; BUCKLEY, Cara Louise (ed.). It’s not TV: Watching HBO in the post-television era. New York: Routledge, 2008. p. 19-45.

SILVERSTONE, Roger. Television and everyday life. Londres: Routledge, 1994.

SOARES, Gustavo. Netflix chega aos 25 anos com hegemonia contestada e cara de TV. Folha de S.Paulo, [s. l.], 29 ago. 2022. Disponível em:https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/08/netflix-chega-aos-25-anos-com-hegemonia-contestada-e-cara-de-tv.shtml#:~:text=De%20locadora%20para%20um%20servi%C3%A7o,site%20de%20aluguel%20de%20DVDs. Acesso em: 1 fev. 2025.

SUNDET, Vilde Schanke. Television drama in the age of streaming: Transnational strategies and digital production cultures at the NRK. Cham: Palgrave Macmillan, 2021. DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-030-66418-3

TOLEDO, Mariana. Audiência média do Prime Video no Brasil é de 20 milhões de pessoas por mês. Tela Viva, [s. l.], 25 abr. 2024. Disponível em: hhttps://telaviva.com.br/25/04/2024/audiencia-media-do-prime-video-no-brasil-e-de-20-milhoes-de-pessoas-por-mes/. Acesso em: 1 fev. 2025.

WOLTON, Dominique. Elogio do grande público: uma teoria crítica da televisão. São Paulo: Ática, 1996.

ZUBOFF, Shoshana. The age of surveillance capitalism: The fight for a human future at the new frontier of power. Nova York: Public Affairs, 2019.

Downloads

Publicado

2025-04-16

Como Citar

Meimaridis, M., & Campanella, B. (2025). "A TV voltando a ser TV”: a convergência do streaming de vídeo com práticas televisivas. Revista FAMECOS, 32(1), e46764. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2025.1.46764

Edição

Seção

Cinema e Audiovisual