"A TV voltando a ser TV”
a convergência do streaming de vídeo com práticas televisivas
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2025.1.46764Palavras-chave:
televisão, streaming de vídeo, propaganda, ao vivo, convergênciaResumo
O artigo examina a adoção de práticas televisivas pelos serviços de streaming de vídeo, contestando discursos iniciais de ruptura com a TV. Analisa-se aqui transformações recentes no mercado televisivo, tais como a reintrodução de elementos como propagandas, pacotes de assinatura e transmissões ao vivo nos serviços de vídeo sob demanda por assinatura (SVODs), que refletem a busca por sustentabilidade financeira e retenção de público. A fluidez atual do conceito de televisão torna inadequada a ideia de evolução linear dos modelos televisivos, observando-se uma coexistência e crescente hibridização de modelos e práticas. Os serviços de streaming, ao adotarem práticas televisivas, desafiam as previsões sobre o fim da TV, ressaltando a necessidade de uma compreensão mais nuançada do meio televisivo na era digital.
Downloads
Referências
BOURDON, Jérôme. Is the end of television coming to an end? VIEW Journal of European Television History and Culture, [s. l.], v. 7, n. 13, p. 80-95, 2018. DOI: https://doi.org/10.18146/2213-0969.2018.jethc144
BUONANNO, Milly. Thematic issue on the end of television (not yet): Editor’s introduction. Media and Communication, [s. l.], v. 4, n. 3, p. 95-98, 2016. DOI: https://doi.org/10.17645/mac.v4i3.661
CALDWELL, John T. Televisuality: Style, crisis, and authority in American television. [s. l.]: Rutgers University Press, 1995.
CAMPANELLA, Bruno; ALMEIDA, Melissa. ‘Ao vivo’ na televisão e sua (re)valorização na era multiplataforma. In: SANTAELLA, Lucia; MASSAROLO, João; NESTERIUK, Sérgio (org.). Desafios da transmídia: processos e poéticas. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2018. p. 10-29.
CANNITO, Newton. A televisão na era digital: interatividade, convergência e novos modelos de negócio. São Paulo, Summus Editorial, 2010.
CARLÓN, Mario. Repensando os debates anglo-saxões e latino-americanos sobre o “fim da televisão”. In: CARLÓN, Mario; FECHINE, Yvana (org.). O Fim da Televisão. Tradução de Diego Andres Salcedo. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2014. p. 11-33.
CASETTI, Francesco; ODIN, Roger. Da Paleo à Neo-Televisão: uma abordagem semiopragmática. Ciberlegenda, [s. l.], n. 27, p. 8-22, 2012. DOI: https://doi.org/10.22409/c-legenda.v0i27.26264
CASTELLANO, Mayka; MEIMARIDIS, Melina. Netflix, discursos de distinção e os novos modelos de produção televisiva. Contemporânea Revista de Comunicação e Cultura, [s. l.], v. 14, n. 2, p. 193-209, 2016.
CASTELLANO, Mayka; MEIMARIDIS, Melina. A “televisão do futuro”? Netflix, qualidade e neofilia no debate sobre TV. Matrizes, [s. l.], v. 15, n. 1, p. 195-222, 2021. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v15i1p195-222
COULDRY, Nick. Media, Society, World: Social Theory and Digital Media Practice. Cambridge: Polity, 2012.
ECO, Umberto. Viagem na irrealidade cotidiana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
ELLIS, John. Seeing Things. Television in the Age of Uncertainty. New York: I.B. Tauris 2000. DOI: https://doi.org/10.5040/9780755604784
FECHINE, Yvana. “Elogio à programação: repensando a televisão que não desapareceu”. In: CARLÓN, Mario; FECHINE, Yvana (org.). O Fim da Televisão. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2014. p. 114-131.
FEUER, Jane. The concept of live television. Ontology as ideology. In: KAPLAN Ann (ed.). Regarding television. Los Angeles: American Film Institute, 1983. p. 12–21.
FRITH, Simon. The pleasures of the heart. In: JAMESON, Fredric. (ed.). Formations of pleasure. London: Routledge, 1983. p. 101-123.
GRIPSRUD, Jostein. Television, Broadcasting, Flow: Key Metaphors in TV Theory. In: GERAGHTY, Christine; LUSTED, David. Television Studies Book. London: Arnold, 1998. p. 17-32.
HILL, Annette. Media experiences: Engaging with drama and reality television. New York: Routledge, 2019. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203103531
JOHNSON, Catherine. Provocation: An agenda for the future of TV studies: Technology, audiences, stakeholders. Critical Studies in Television, [s. l.], p. 1-16, 2024. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/17496020241308763. Acesso em: 28 mar. 2025. DOI: https://doi.org/10.1177/17496020241308763
KATZ, Elihu. And deliver us from segmentation. The Annals of the American Academy of Political and Social Science, [s. l.], v. 546, n. 1, p. 22-33, 1996. DOI: https://doi.org/10.1177/0002716296546001003
KELLY, J. P. “This title is no longer available”: Preserving television in the streaming age. Television & new media, [s. l.], v. 23, n. 1, p. 3-21, 2022. DOI: https://doi.org/10.1177/1527476420928480
KELSO, Tony. And now no word from our sponsor: How HBO puts the risk back into television. In: LEVERETTE, Marc; OTT, Brian L.; BUCKLEY, Cara Louise (ed.). It’s not TV: Watching HBO in the post-television era. New York: Routledge, 2008. p. 46-64.
LADEIRA, João M. D. Telecomunicações e audiovisual: Comcast Peacock, aplicativos de streaming e concentração diversificada. Comunicação & Sociedade, [s. l.], v. 45, n. 2, p. 161-185, 2023. DOI: https://doi.org/10.15603/2176-0985/cs.v45n2p161-185
LOTZ, Amanda D. Media disrupted: Surviving pirates, cannibals, and streaming wars. Massachusetts: MIT Press, 2021. DOI: https://doi.org/10.7551/mitpress/13868.001.0001
LOTZ, Amanda D. Netflix and streaming video: The business of subscriber-funded video on demand. Cambridge: Polity Press, 2022.
MACHADO, Arlindo. Fim da televisão? Revista FAMECOS, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 86-97, 2011. DOI: https://doi.org/10.15448/1980-3729.2011.1.8799
MEIMARIDIS, Melina. Revendo a hegemonia da TV brasileira: o streaming de vídeo como força disruptiva na indústria televisiva nacional. Revista GEMInIS, [s. l.], v. 14, n. 2, p. 4-29, 2023. DOI: https://doi.org/10.53450/2179-1465.RG.2023v14i2p04-29
MUANIS, Felipe. Entre imprecisões e retórica: em busca de uma definição mais ampla de televisão. In: LADEIRA, João M. D. (ed). Televisão e Cinema: o Audiovisual Contemporâneo em Múltiplas Vertentes. Rio de Janeiro: Folio Digital: Letra e Imagem. p. 9-31, 2018.
NETFLIX. 2019 Second Quarter Earnings - Letter to Shareholders. Netflix Investors, [s. l.] 19 jul. 2019. https://s22.q4cdn.com/959853165/files/doc_financials/quarterly_reports/2019/q2/Q2-19-Shareholder-Letter-FINAL.pdf. Acesso em: 21 jun. 2024.
PEARSON, Roberta. Fandom in the digital era. Popular communication, [s. l.], v. 8, n. 1, p. 84-95, 2010. DOI: https://doi.org/10.1080/15405700903502346
POSSEBON, Samuel. A Claro e a missão de reinventar a TV. Telaviva, 1 out. 2024. Disponível em: https://telaviva.com.br/01/10/2024/a-claro-e-a-missao-de-reinventar-a-tv/ Acesso em: 1 fev. 2025.
RIOS, Daniel. Diversidade e dependência: Netflix e o campo de produção de séries no Brasil. 2024. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2024.
ROBINSON, Mary Jean. Television on demand: Curatorial culture and the transformation of TV. New York: Bloomsbury, 2017. DOI: https://doi.org/10.5040/9781501300288
ROTH, Emma. Disney reportedly wants to bring always-on channels to Disney Plus. The Verge, [s. l.],15 abr. 2024. Disponível em: https://www.theverge.com/2024/4/15/24131034/disney-plus-fast-channels-streaming. Acesso em: 1 fev. 2025.
SANTO, Avi. Para-television and discourses of distinction: The culture of production at HBO. In: LEVERETTE, Marc; OTT, Brian L.; BUCKLEY, Cara Louise (ed.). It’s not TV: Watching HBO in the post-television era. New York: Routledge, 2008. p. 19-45.
SILVERSTONE, Roger. Television and everyday life. Londres: Routledge, 1994.
SOARES, Gustavo. Netflix chega aos 25 anos com hegemonia contestada e cara de TV. Folha de S.Paulo, [s. l.], 29 ago. 2022. Disponível em:https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/08/netflix-chega-aos-25-anos-com-hegemonia-contestada-e-cara-de-tv.shtml#:~:text=De%20locadora%20para%20um%20servi%C3%A7o,site%20de%20aluguel%20de%20DVDs. Acesso em: 1 fev. 2025.
SUNDET, Vilde Schanke. Television drama in the age of streaming: Transnational strategies and digital production cultures at the NRK. Cham: Palgrave Macmillan, 2021. DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-030-66418-3
TOLEDO, Mariana. Audiência média do Prime Video no Brasil é de 20 milhões de pessoas por mês. Tela Viva, [s. l.], 25 abr. 2024. Disponível em: hhttps://telaviva.com.br/25/04/2024/audiencia-media-do-prime-video-no-brasil-e-de-20-milhoes-de-pessoas-por-mes/. Acesso em: 1 fev. 2025.
WOLTON, Dominique. Elogio do grande público: uma teoria crítica da televisão. São Paulo: Ática, 1996.
ZUBOFF, Shoshana. The age of surveillance capitalism: The fight for a human future at the new frontier of power. Nova York: Public Affairs, 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista FAMECOS

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Derechos de Autor
La sumisión de originales para la Revista Famecos implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a Revista Famecos como el medio de la publicación original.
Creative Commons License
Excepto donde especificado de modo diferente, se aplican a la materia publicada en este periódico los términos de una licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional, que permite el uso irrestricto, la distribución y la reproducción en cualquier medio siempre y cuando la publicación original sea correctamente citada.